Proposta para carro popular é boa, mas tem que ser perene, avalia presidente da CNM
O governo federal, através do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) estaria analisando uma proposta para a volta do carro popular. Para o presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, o Paulão, a proposta é bem vinda, mas precisa ser feita pensada como política de estado duradoura e não apenas como ação pontual em momentos de crise.
A ideia, segundo matéria publicada na Folha de S. Paulo, seria lançar modelos movidos apenas a etanol, que custariam entre R$ 50 mil e R$ 60 mil. Os motores seriam os mesmos 1.0 usados atualmente, mas com ganhos maiores em desempenho e consumo.
Hoje, entre os dez carros mais baratos vendidos no país, apenas três custam menos de R$ 70 mil. O mais barato deles, Renault Kwid Zen 1.0, custa cerca de R$ 68 mil. A escolha do combustível, etanol, está relacionada a metas de redução de emissão de carbono no meio ambiente. Uma das ideias seria trocar o nome “carro popular” por “carro verde”.
“É preciso dispor também linhas de crédito para a população poder comprar um carro novo, porque hoje nós temos muitas dificuldades com isso, por conta da alta taxa Selic”, avalia Paulão.
O dirigente também reforça que esse tipo de proposta tem que ser elaborada pensando na reindustrialização do país, e na geração de empregos de qualidade e renda.
“Nós, do movimento sindical, temos já colocado na mesa do governo o plano Indústria 10+, pensando na retomada do nosso parque industrial e acreditamos que podemos contribuir nesse debate do novo carro popular também”, afirma o dirigente.
Fundo de petroleiras
Na segunda-feira (3), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo avalia um programa para renovar a frota de veículos do país, tirando de circulação os mais velhos e poluentes, pensando na preservação do meio ambiente. A declaração foi dada depois de reunião de Haddad com o vice-presidente Geraldo Alckmin, que comanda o MDIC.
Segundo o ministro da Fazenda, a ideia é indenizar os donos de veículos antigos. O dinheiro usado sairia de um fundo alimentado com recursos pagos por empresas petroleiras.
Fonte: CNM/CUT