Precisamos estar atentos para reuniões do BC em 2025
No dia 8 de outubro, o economista Gabriel Galípolo teve seu nome aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e pelo plenário do Senado Nacional para ser o novo presidente do Banco Central (BC) a partir de janeiro de 2025, substituindo o atual comandante da instituição, Roberto Campos Neto.
A aprovação de Galípolo teve amplo apoio dos espectros políticos, da direita à esquerda, no Senado. Na CAE, sua indicação foi aprovada por unanimidade: 26 votos a zero. No plenário, foram 66 votos a 5 contra.
Considerando o pensamento político de grande parte do Congresso Nacional, principalmente ligados à direita e ao centrão, que seguem os mandamentos do mercado financeiro, uma demonstração ampla de apoio ao novo presidente gera dúvidas se Galípolo vai atender a uma das principais reclamações do presidente Lula e de vários setores da sociedade: mudar a política de juros altos praticada atualmente pelo Banco Central.
Em tese, a indicação de Galípolo seria favorável aos planos do governo, já que ele trabalhou no Ministério da Fazenda, ao lado do ministro Fernando Haddad, e estaria alinhado com as expectativas do governo federal.
Para o presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, a indicação de Galípolo foi articulada e pensada para que o Banco Central não fique apenas refém do que o setor financeiro dita no país, porém, apesar da expectativa positiva para a mudança a ser feita a partir de 2025, o movimento sindical estará atento e cobrará uma postura ativa do BC no sentido de uma política de desenvolvimento da economia real.
“A gente tem uma perspectiva boa sobre o Galípolo, acreditamos que é possível reverter o que houve nesses últimos anos no Banco Central, que jogou contra o desenvolvimento do país. Agora, é lógico que nós vamos estar controlando e vamos estar cobrando de que haja uma política de desenvolvimento também, com o olhar do Banco Central. Esse é o papel que nós queremos fazer neste momento”, afirmou o sindicalista.
Loricardo reforçou as críticas ao modelo de funcionamento do BC, de modo independente, pontuando que isso não atende aos interesses do país e sim a apenas uma fração da sociedade: o mercado financeiro.
“É importante colocar que não concordamos também com essa independência do Banco Central. O Banco Central não é mais um poder. Existem três poderes: executivo, legislativo e judiciário, como que se cria mais um que é financeiro, existindo quatro poderes? Então o Banco Central está na hora de repensar essa história de ser independente. Nós precisamos ter um Banco Central que pense o desenvolvimento do país e não pense só no setor financeiro, como tem pensado nos últimos anos”, disse o presidente da CNM/CUT.
Fonte: CNM/CUT