Polo Metalmecânico De Caxias Poderá Utilizar Banco De Horas

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) se recusou a participar da negociação (leia na página ao lado sobre a divisão das centrais). Em Minas Gerais, já há empresas prestes a fechar acordo para suspender o contrato de emprego por cinco meses, caso da Belgo Bekaert, maior fabricante de arames das Américas. Nesse tipo de situação, a empresa deixa de pagar o salário e o funcionário passa a receber uma bolsa do governo federal (confira quadro abaixo). No caso da Belgo Bekaert, a companhia aceita pagar 55% da remuneração atual e manter o plano de saúde para deixar os empregados em casa por 15 meses. O Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem defende apenas 12 meses. O caso pode servir de parâmetro para outras empresas ligadas ao setor metalúrgico.

– Nossa principal preocupação é assegurar os empregos – disse o presidente da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos em Minas, Marcos Marçal.

No Rio Grande do Sul, sindicalistas e empresários acompanham as negociações em São Paulo – como maior força econômica nacional, uma decisão tomada lá pode se disseminar pelo país. No polo metalmecânico de Caxias do Sul, com faturamento equivalente a 4,5% do Produto Interno Bruto do Estado, trabalhadores que retornam das férias coletivas encontram um clima de preocupação. Os números estão sendo levantados pelo sindicato das empresas do setor, o Simecs, mas já é possível detectar uma forte redução de encomendas por parte de grandes grupos locais responsáveis por movimentar a economia do município, informa Oscar Azevedo, presidente da entidade. Sua avaliação é de que as empresas tomarão medidas de acordo com o grau de aprofundamento da crise. Até agora não foi cogitada a possibilidade de redução de horas e salários, acrescenta. Em vez disso, o Simecs recomendará aos associados a adoção de banco de horas:

– O ideal para as empresas em dificuldades é não pagar integralmente os salários, mas também há preocupação com as famílias. Então, o objetivo é usar ao máximo medidas como férias coletivas e, com sacrifício, reduzir as horas de trabalho, mas mantendo o salário – afirma o diretor executivo do Simecs, Odacir Conte.



Fonte: Zero Hora

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