Paralisação Na Randon
O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região revogou a decisão da Justiça de Caxias, que impedia os trabalhadores da Randon de fazer greve, e o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos pôde, finalmente, retomar as manifestações em frente à empresa nesta manhã. E, por maioria de votos, os trabalhadores decidiram manter a greve e as negociações entre o Sindicato e a empresa por justiça no PPR.Uma sucessão de decisões parciais da Justiça do Trabalho de Caxias estava impedindo os trabalhadores de se manifestarem. Primeiro, o Sindicato foi obrigado a ficar 100 metros longe do portão principal da empresa, depois foi multado e teve R$ 150 mil de uma conta bancária bloqueados, sob a alegação de que estava descumprindo essa ordem - o que não era verdadeiro. Chegou a ser proibido de fazer greve e, finalmente, liberado desde que fizessem suas manifestações da Randon. Todos esses fatos acabaram forçando o Sindicato a suspender temporariamente as manifestações públicas, embora tenham sido mantidas as negociações com o Simecs e as tentativas de conversar com a empresa, que sustentou a decisão de não negociar.
No sábado, no entanto, por decisão da desembargadora Ana Luiza Heineck Kruse, as manifestações foram liberadas a 20 metros da empresa. A ordem judicial reduziu a multa por descumprimento do interdito proibitório de R$ 300 mil para R$ 25 mil e determinou o desbloqueio da conta bancária.
Em duas assembleias, realizadas em frente à Randon e mais tarde no auditório do Sindicato, nesta manhã,os trabalhadores da empresa decidiram manter a greve. Eles também ratificaram as decisões e encaminhamentos já adotados pelo Sindicato e pelos trabalhadores. Portanto, o Sindicato continuará realizando assembleias em frente a fábrica para atender a categoria, que pede mais justiça na distribuição dos recursos referentes ao programa de Participação nos Resultados (PPR). "Sem luta não há conquista", ressaltou o presidente do Sindicato, Assis Melo.
Assis diz que o Sindicato continua aberto a negociações. Mas ele sustenta que se a Randon não ceder, as manifestações irão continuar. Ele lembra que durante a crise de 2009, quando a empresa precisou reduzir a jornada dos seus trabalhadores e cortar parte de seus salários, não houve problemas nas negociações. Mas, agora, que esses mesmos funcionários poderiam ser recompensados pelo sacrifício que fizeram no ano passado, a direção não aceita sequer conversar. "Todo mundo sabe que a Randon tem dinheiro para pagar e pode pagar. Mas não paga porque não quer. Nossa categoria não está aqui para ser chicoteada pelo seu Randon. Não vamos aceitar isso."
Fonte: www.metalurgicoscaxias