Ocupação Na Indústria De Transformação Preocupa

Dois ramos da indústria de transformação, a metalúrgica e a mecânica, causam maior preocupação ao governo em relação à sua capacidade de reação à crise financeira e de geração de empregos. Segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de maio, a indústria metalúrgica demitiu 5,5 mil trabalhadores mais do que contratou, enquanto a mecânica teve um saldo negativo de 2,9 mil vagas. "Esses setores então entre os problemas localizados na indústria em geral", disse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.

A equipe econômica do governo deverá discutir nesta semana medidas de estímulo ao setor de bens de capital, onde se inclui a fabricação de máquinas e equipamentos. Indiretamente, essas ações podem ajudar a metalurgia e a mecânica, que são fornecedoras de aço e de peças para equipamentos em geral. No início do mês, após pressão das centrais sindicais de trabalhadores, o governo já elevou as alíquotas de Imposto de Importação de sete tipos de aço como forma de proteger a produção siderúrgica nacional.

Para Lupi, as demissões já estão perdendo força nesses setores, pois o saldo entre admissões e demissões já esteve mais negativo. Em abril, por exemplo, o saldo negativo de empregos da metalurgia era de 9 mil vagas e chegou a 11 mil em março. Na indústria mecânica, foram 5,6 mil mais demissões do que contratações em abril. Esse número era de quase 8 mil no mês anterior.

Lupi antecipou a informação que recebeu do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda de que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) vai recontratar empregados demitidos no final do ano passado.

Embora tenha apresentado estabilidade na geração de postos de trabalho em maio, com o saldo positivo de 700 vagas, a indústria em geral ainda acumula no ano um saldo negativo de 146,4 mil empregos formais. Os destaques positivos até agora são as indústrias alimentícia e de bebidas; de papel e papelão; borracha, fumo e couros; química e produtos farmacêuticos; e têxtil.

Por outro lado, continuam reduzindo empregos os setores de madeira e mobiliário; materiais de transporte; materiais elétricos; produtos minerais não metálicos e calçados. O segmento calçadista, que havia apresentado ligeira recuperação na oferta de empregos em abril, voltou ao saldo negativo. Em parte, a desvalorização cambial explica esse mau desempenho devido ao impacto negativo do câmbio nas exportações.





Fonte: JC

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