Montadora Elege O Brasil Para Expandir Produção
SÃO PAULO - Com um crescimento gradual, aproveitando determinados nichos do mercado para marcar presença, as quatro marcas japonesas que fabricam em território nacional - Honda, Toyota, Nissan e Mitsubishi - querem estender o portfólio de produtos produzidos no Brasil e, com isso, aumentar participação no mercado brasileiro, que, apesar da crise financeira, é visto com muito otimismo, tendo em vista a saturação dos mercados maduros, como o próprio japonês.A Honda, responsável por praticamente 50% os veículos licenciados no primeiro bimestre de 2009 no País, produz no Brasil apenas os modelos, o Civic e o New Fit. Em entrevista ao DCI, o gerente-geral comercial da Honda Automóveis, Alberto Pescumo, afirmou que o portfólio crescerá quando os consumidores indicarem que um novo modelo é necessário. Segundo o executivo, mesmo com a crise, a Honda apresentou crescimento de 7,9% nos dois primeiros meses do ano na comparação com o mesmo período do ano passado. O crescimento, em um momento em que mercados estão se retraindo, aumentou a visibilidade da filial brasileira com a matriz. "A importância do Brasil é bastante forte e esse mercado passa a ser cada vez mais importante", afirmou o executivo.
A redução do Imposto sobre produtos Industrializados (IPI), segundo o executivo, também foi um fator que ajudou na melhora dos números da empresa. A Honda, por outro lado, não está trabalhando com a estimativa que a incentivo será prorrogado pelo governo.
Em 2008, a montadora japonesa investiu US$ 100 milhões para aumento da capacidade da planta e também em uma fábrica de motores. "Assim que a crise acabar temos que voltar com força total", afirmou o executivo. A capacidade produtiva da planta é de 650 unidades diárias, em três turnos. Hoje, a fábrica opera em dois turnos.
Exatamente o controle da produção é apontado como uma das principais características das japonesas, segundo especialistas de mercado. "As japonesas têm uma planta dinâmica. Elas conseguem controlar a produção mais do que as outras. As fábricas são muito modernas e isso é um ponto-chave hoje", afirmou Vitor Meizikas, consultor da Molicar - consultoria especializada em avaliações de veículos.
De acordo com Meizikas, ao contrário de outras montadoras, as marcas japonesas conseguiram recuperar no mercado parte do valor dos carros usados. "Eles sabem como o mercado está e mantêm o foco em produtos vendáveis", afirmou Meizikas. "Eles são seguros, preferem conter o ímpeto do oportunismo do mercado e com pé no chão, produzir o que sabem que será comprado", salientou.
Com o bom cenário brasileiro, a Toyota apresentou crescimento das vendas no bimestre de 12% ante igual período de 2008. Expansão, que, segundo a assessoria de imprensa da montadora, já fez com que uma das diretrizes da montadora para os próximos anos é a transferência de produção para países emergentes, contemplando, assim, o Brasil.
Já a Nissan, que no País trabalha em uma planta com capacidade produtiva de 50 mil unidades anuais (a Nissan compartilha a planta com a Renault), vê no Brasil um ambiente apropriado para a expansão da marca.
"Apesar da crise econômica global, a Nissan do Brasil vive um momento promissor de expansão, especialmente se analisarmos o tamanho do país e o número de carros per capita, há ainda uma importante oportunidade de crescimento no mercado local", afirmou Tai Kawasaki, vice-presidente comercial da Nissan do Brasil.
Neste ano, a montadora lançará o Livina, o primeiro veículo de passeio da marca produzido localmente. "Com este lançamento, a Nissan passa a competir em um segmento de maior volume, o de monovolumes. Atualmente competimos em cerca de 19% do mercado total de veículos. Com o Nissan Livina, este número crescerá para 30%", destacou Kawasaki ao DCI.
No Japão, por outro lado, a situação é distinta. Em fevereiro, a montadora anunciou mais cortes em sua produção nas unidades japonesas, além de informar ao mercado que transferirá parte de sua produção de compactos do Japão ao México.
A transferência da produção para fora do Japão também beneficiará o Brasil. Também no mês passado, a japonesa Mitsubishi anunciou que irá trazer parte de sua produção ao País. Procurada, a assessoria de imprensa da Mitsubishi informou que não conseguiu localizar seu porta-voz .
As quatro montadoras de veículos japonesas com planta no Brasil - Honda, Toyota, Nissan e Mitsubishi - ganharam destaque e mais espaço no mercado brasileiro no primeiro bimestre. Enquanto no acumulado do ano as vendas totais de carros foram 4,5% menores na comparação com os dois primeiros meses de 2008, segundo dados da Anfavea, a Honda teve alta de 7,9% nas vendas do mesmo período e na mesma comparação, tornando-se responsável por cerca de 50% dos veículos licenciados.
Segundo o gerente-geral comercial da Honda Automóveis, Alberto Pescumo, o crescimento, em um momento em que mercados estão se retraindo, aumentou a visibilidade da filial brasileira com a matriz.
Também a Toyota apresentou boas vendas no bimestre, com alta de 12% ante igual período de 2008. Expansão que já fez com que a montadora planeje a transferência de produção nos próximos anos a países emergentes, incluindo o Brasil.
A Nissan vê no País um ambiente apropriado para a expansão da marca. "Apesar da crise global, a Nissan do Brasil vive um momento promissor de expansão", afirmou Tai Kawasaki, vice-presidente comercial.
No mês passado, a Mitsubishi anunciou que irá trazer parte de sua produção do Japão ao País.
Fonte: DCI