Mobilização Dos Metalúrgicos Gera Reabertura De Negociação
Amanhã, dia 24, terça-feira, às 10h, a Comissão de Negociação do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas estará reunida com o Sindicato patronal para iniciarem a reabertura das negociações da Campanha Salarial 2008. Os trabalhadores haviam decidido na última quinta-feira, pelo Estado de Greve, já que a proposta patronal apresentada era de 7,4% (INPC entre maio/07 e abril/08 + 1,4% de aumento real) e correspondia naquele momento ao final das conversas. A comissão de negociação do sindicato reivindicava 12%, mas reduziu para 10,29% (INPC + o índice oferecido pelos próprios patrões para o piso da categoria). A assembléia também havia decidido estabelecer um boicote às horas-extras feitas nos finais de semana. O sindicato mantém a postura de manter-se nas portas de fábrica para garantir a adesão total dos trabalhadores às decisões tiradas em assembléia.No restante do Estado, todos os sindicatos que já iniciaram as negociações estão realizando mobilizações nas portas de fábricas, como promovendo atrasos na hora da pegada e caminhadas e até mesmo uma greve ampliada poderá acontecer, caso as negociações não contemplem as reivindicações principais da categoria.
Os trabalhadores estão apresentando em todas as mesas de negociação do Estado, o índice de 12%, mas também outros temas importantes, como redução da jornada de trabalho; piso de R$ 664,00 igual a 1.6 do salário mínimo; democracia nos locais de trabalho, possibilitando a atividade sindical sem perseguição ou impedimentos; a saúde do trabalhador que passa tanto por modificações no ritmo de trabalho, quanto pelo registro de acidentes de trabalho entre outros fatores.
A Campanha Salarial 2008 também luta por uma data base única, discutida em nível nacional. Ao mesmo tempo, os metalúrgicos estão engajados na disputa pela extinção do Fator Previdenciário (reduz o valor final da aposentadoria), que já foi aprovado no Senado e agora depende de mobilização ampla para obter aprovação definitiva.
Também está na pauta a ratificação da convenção 158 da OIT, que determina o fim da demissão imotivada, que não garante a estabilidade no emprego, mas certamente inibe as dispensas não justificadas ou sob falsas alegações, segundo afirmou o Especialista da OIT no Brasil, Ericson Crivelli. A ratificação da 158 está tramitando no Congresso Nacional, encaminhada pelo governo federal no início deste ano, após pressão sofrida em 2007 com a Marcha de Brasília, onde trabalhadores de todos os cantos colocaram na pauta as convenções 158 e 151 (direcionada para os servidores públicos).
Fonte: Inara Claro com Geraldo Muzykant