Militantes e movimentos sociais fazem ato pela reforma política
Militantes, representantes de movimentos sociais e alguns candidatos reuniram-se no início da noite de terça-feira (12), no Largo Glênio Peres, em Porto Alegre, para um ato em prol do plebiscito popular pela Constituinte Exclusiva para fazer a reforma política. A consulta, que terá a pergunta “Você é a favor de uma Constituinte Exclusiva e soberana sobre o sistema político?”, ocorrerá em todo o país de 1º a 7 de setembro.
Cartazes pedindo a Constituinte e bandeiras de siglas partidárias, principalmente do PT e do Partido Pátria Livre, se misturavam. Também foi estendida uma faixa no chão com a frase “Esse Congresso não dá! Reforma Política já.” Já ao microfone se revezaram lideranças estudantis, de trabalhadores e políticas. O argumento mais utilizado para conclamar os eleitores a votar foi de que “o Congresso não representa a população”.
Relator do projeto na Comissão Especial criada na Câmara para tratar do assunto, o deputado federal Henrique Fontana (PT) disse estar convicto que a reforma política só sairá do papel com “uma pressão popular muito grande”.
Entre as propostas previstas pelo petista, estão o financiamento público exclusivo de campanha e o fim das coligações proporcionais. “O Congresso se nega a votar a reforma política, mas se nós tivermos uma votação expressiva cresce a pressão. A opinião pública está se movendo”, afirmou Fontana, reforçando a importância dos atos de mobilização e da participação dos eleitores no plebiscito.
Candidato ao Senado, o ex-governador Olívio Dutra (PT) destacou que a reforma tem de vir “de baixo para cima o para valorizar o voto do cidadão e da cidadã”. “É a hora de a gente mostrar o país que a gente quer construir”, finalizou Olívio, convocando todos a votarem no plebiscito. Coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa do Plebiscito Popular na Assembleia Legislativa, a deputada Stela Farias (PT) ressaltou que a votação é fundamental, pois só uma Constituinte Exclusiva “fará uma reforma desinteressada”. O deputado Raul Pont também participou do ato e discursou em favor do plebiscito popular.
Integrante do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Desempregadas, Chirlei Fischer afirmou que a mobilização pelo plebiscito é prioritário para o segmento e que estão articulando o interior do Estado. “A campanha é um espaço importante de mobilização. Nós, mulheres, ainda precisamos lutar muito para que nossas pautas sejam vistas”, comentou ela.
Já a representante da União Brasileira de Estudantes Secundaristas, Fabíola Loguercio, pregou que o “Congresso não nos basta” e que é preciso uma maior representação das mulheres, dos negros e da comunidade LGBT. Um grupo, formado por jovens do Levante da Juventude e por integrantes do MST e de movimentos sociais, fez uma batucada. Com uma paródia do hit “Lepo, Lepo”, eles exigiram a reforma a política. Um trecho da música dizia que “Não temos tempo a perder”.
O representante das pastorais da Igreja Católica no Comitê Organizador do Plebiscito, Valdir Bon Gass, encerrou as manifestações. Ele reafirmou a importância de a população participar do plebiscito. Há, segundo ele, 30 comitês no interior do Estado, mas que a intenção é aumentar.
“Agora que o pessoal está se organizando”, contou ele, incentivando às pessoas a formarem mais comitês com urnas fixas ou itinerantes. “Essa é a hora de descer da arquibancada. Não bastar ser só torcedor”, conclui Bon Gass, sobre a necessidade do envolvimento da sociedade.
Depois de concluída a votação, os organizadores irão encaminhar o resultado aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário com o fim de pressionar para a convocação de uma Constituinte Exclusiva. A expectativa é que o plebiscito alcance 10 milhões de voto.
Fonte: Sul 21/ por Jaqueline Silveira