Metalúrgicos gaúchos renovam convenção coletiva com aumento real e manutenção dos direitos

Renata Machado
Metalúrgicos gaúchos renovam convenção coletiva com aumento real e manutenção dos direitos

Em um ano de dificuldades e entraves devido à “reforma” trabalhista, dirigentes sindicais dos metalúrgicos do Rio Grande do Sul conquistaram acordo com o setor patronal pela renovação da convenção coletiva da categoria, que garante cláusulas e direitos sociais, aumento real e a taxa negocial.

Os resultados das negociações da campanha deste ano foram avaliados em plenária na quinta-feira (19), na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, e considerados positivos pelos representantes dos trabalhadores.

“A gente conseguiu chegar num patamar de unidade muito interessante”, afirma o presidente da Federação de Metalúrgicos do Rio Grande do Sul, Lírio Rosa, que acaba de assumir o cargo, destacando a mobilização dos trabalhadores para a retomada de direitos. “Nós conseguimos, ao lado de outros 29 sindicatos que são filiados à CUT, articular uma política no trabalho de enfrentamento à agenda patronal, do golpe e de organização da classe trabalhadora.”

No setor de metalurgia, por exemplo, o reajuste será de 2,30% a partir deste mês. Os trabalhadores receberão ainda um abono equivalente a três dias de trabalho. “Somando tudo, os 13 salários ficarão com acréscimo de 2,70%”, afirma o dirigente da federação Milton Viário.

No segmento de máquinas agrícolas, o aumento é de 3,23% para salários até R$ 1.666,00 e de 2,93% acima desse valor. A data-base é 1º de maio deste ano. O INPC acumulado em 12 meses, até abril, foi de 1,69%.

Um dos principais objetos de ataque da “reforma” trabalhista, a contribuição sindical, foi substituída por uma taxa negocial garantida devido a um termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado entre a Federação dos Metalúrgicos, 17 sindicatos da categoria e o Ministério Público do Trabalho (MPT). Segundo a advogada Lídia Woida, assessora jurídica da federação, a única saída para as negociações era pelo reajuste a partir da convenção coletiva com mais cláusulas sociais.

O secretário-geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT), Loricardo de Oliveira, do sindicato de São Leopoldo, relembrou que apesar da vitória, ainda é preocupante para o setor a acordo a ser firmado pelo governo de Michel Temer com a União Europeia, que pode estabelecer o fim da cobrança da taxa de 35% sobre a importação de produtos industrializados europeus por um período de 15 anos, o que, segundo Oliveira, acabará com a concorrência interna.

“A nossa mão de obra vai ficar desqualificada e vai acabar tendo esse formato de que as empresas, aqui, vão acabar falindo”, explica.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

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