Metalúrgicos de São Leopoldo protestam contra reformas trabalhista e da Previdência rumo à greve geral

Metalúrgicos de São Leopoldo protestam contra reformas trabalhista e da Previdência rumo à greve geral

Em todo o Brasil, metalúrgicos fizeram desta quinta-feira (29) um Dia Nacional de Mobilização e Paralisação contra a retirada de direitos articulada pelo governo golpista e ilegítimo de Michel Temer (PMDB). Em São Leopoldo, foram realizadas assembleias em duas fábricas: Delga e Copé, no começo da manhã, para dialogar com os trabalhadores.

O objetivo da manifestação foi deixar claro para os patrões que a categoria não vai aceitar nenhum direito a menos, que vai lutar para impedir o avanço de propostas que atacam a legislação trabalhista, que precarizam o trabalho – como a terceirização sem limites – e que mudem as regras para a aposentadoria.

“Não vamos aceitar a retirada de direitos”, garantiu o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL), Valmir Lodi. Ele também explicou que, apesar da Convenção Coletiva de Trabalho ter sido fechada na última quinta-feira (22), o Sindicato segue mobilizando contra os ataques do governo não eleito.

“Enfrentamos uma dura campanha salarial, com muita truculência e desrespeito por parte dos patrões”, lembrou, destacando que o presidente do sindicato patronal é o proprietário da Copé. “Hoje é dia de dar o recado para todos os empresários brasileiros: não vamos aceitar retrocessos. Vamos parar o país se houver retirada de direitos”, afirmou.

O secretário-geral do STIMMMESL, Ademir Maia Coito, salientou as declarações do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB), de aumentar a jornada de trabalho e flexibilizar a CLT. “Eles querem retirar os nossos direitos e o futuro dos nossos filhos”, alertou.

Chamando a atenção para a reforma da previdência, o secretário de Comunicação do Sindicato, Elias Tramontin, questionou quantos anos os jovens que estão iniciando a vida profissional agora terão que trabalhar para se aposentar. “Eles querem estipular a idade mínima para 65 anos, tanto para homens como para mulheres e independente da sua atividade, pois também pretendem retirar a aposentadoria especial”, disse.

Para o diretor do Sindicato e da CUT-RS, Jorge Correa, os motivos do golpe já estão claros: retirar direitos trabalhistas e sociais. “Estamos nos mobilizando em diversos locais nesta quinta, que é um dia de esclarecimentos, para barrar o retrocesso e construir a greve geral”, frisou.

O dirigente sindical e trabalhador da Delga, Luciano Pereira Correa, ressaltou outras metidas do governo que retiram direitos. “A PEC 241 congela por 20 anos os investimentos na saúde e educação públicas e com isso seremos muito prejudicados, tanto os que dependem do PROUNI para fazer uma faculdade como os que usam o SUS”.

Adilson Vasconcelos, também trabalhador da Delga e diretor do Sindicato, recordou que foram inúmeros os momentos em que o Sindicato alertou sobre as intenções do golpe. “Eles querem que a gente trabalhe mais e ganhe menos.”

Destacando o período de muita luta que a classe trabalhadora tem pela frente, o secretário de Saúde do Trabalhador do Sindicato, Valdemir Pereira, disse que o objetivo desse governo é aumentar a jornada e a contribuição. “Precisamos fazer muita luta, porque eles querem a volta da escravidão. Tem empresas retirando direitos básicos dos trabalhadores,” enfatizou.

A mobilização foi nacional e organizada pelas entidades dos metalúrgicos filiadas à CUT e às demais centrais sindicais. No Rio Grande do Sul, além de São Leopoldo, houve paralisações em ao menos 10 municípios: Rio Grande, Panambi, Santa Rosa, Horizontina, Carazinho, Canoas, Cachoeirinha, Venâncio Aires e Porto Alegre.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo

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