Metalúrgicos da CUT reiteram luta em defesa da democracia e contra o golpe

Intensificar a luta em defesa da democracia, ampliando a mobilização da categoria e fortalecendo a campanha contra o golpe em curso no país. Esta é a disposição da direção plena da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), que se reuniu nas últimas quinta e sexta-feira (7 e 8), na sede da entidade, em São Bernardo do Campo (SP).

No encontro, foi definido também o calendário das ações para este ano, avaliadas as campanhas salariais da categoria em curso e feito um balanço das atividades realizadas pela entidade, a partir das resoluções aprovadas no 9º Congresso Nacional da categoria, em abril de 2015.

Na abertura da reunião, os participantes debateram a conjuntura política do Brasil, a partir da análise feita pelo presidente da CUT Nacional, Vagner Freitas. O dirigente destacou a união dos movimentos social e sindical para barrar a tentativa de golpe em curso no país.

“Vivemos um momento que compromete a democracia brasileira e com isso despertaram um gigante da mobilização. Os jovens, negros, mulheres, estudantes e trabalhadores estão se organizando para defender os direitos conquistados ao longo destes 13 anos”, afirmou.

Para Freitas, além do debate econômico, este é o momento das lideranças levarem o debate político para os trabalhadores nas bases sindicais. “Precisamos conversar com os trabalhadores e dizer a eles que os mesmos que querem dar o golpe são os que propõem a terceirização sem limites, que querem terminar com a política de valorização do salário mínimo, com a carteira assinada, com as férias, 13º salário e a licença-maternidade”, disse. “Enfim, este golpe que está sendo orquestrado pela direita brasileira quer acabar com os direitos trabalhistas”, completou.

Cayres reiterou, no entanto, que é tarefa do sindicalismo e das forças progressistas da sociedade ampliarem ainda mais o movimento, com ações nas periferias dos grandes centros urbanos e nas portas de fábrica. “Precisamos mostrar que o que está em jogo são os direitos dos trabalhadores. Precisamos mostrar porque a Fiesp está jogando pesado para flexibilizar direitos e acabar com a CLT”, afirmou.

O presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres, lembrou que, se a oposição conservadora e de elite está intensificando seus ataques – mesmo ferindo a Constituição do país – para tentar derrubar a presidenta Dilma e enfraquecer o ex-presidente Lula, em proporção ainda maior as entidades sindicais e dos movimentos sociais estão organizando as suas bases.

“Desde 13 de março de 2015, quando fizemos a manifestação em defesa da Petrobras e da presidenta Dilma, não saímos mais das ruas e o movimento se amplia a cada dia”, assinalou, destacando que tem crescido de forma extraordinária a participação de jovens nesta luta por democracia.

“Os trabalhadores precisam saber que o Benjamim Steinbruch, vice-presidente da Fiesp, quer acabar com o horário de almoço”, reforçou o sindicalista, ao referir-se à entrevista dada por Steinbruch à TV Folha na qual ele defendeu o fim do intervalo de uma hora de almoço, argumentando que o trabalhador “pode trabalhar e comer um sanduíche ao mesmo tempo”, destacou.

O secretário geral em exercício da Confederação, Loricardo de Oliveira, afirmou que o atual momento traz uma grande oportunidade para que o movimento sindical e os movimentos sociais ampliem o debate com a juventude. “Temos de discutir com essa nova geração de trabalhadores o papel da política na vida de cada cidadão. Há uma tentativa de criminalizar a política e todos aqueles que defendem projetos mais progressistas para o país.”

“Precisamos mostrar à juventude que não é negando a política nem comprando o discurso de que ‘nenhum político ou partido prestam’ que o país vai melhorar. Ao contrário, é hora de retomar a disputa ideológica e mostrar que o projeto democrático popular é o que contempla as demandas dos trabalhadores, dos jovens, das crianças, dos idosos, dos negros, brancos, homens e mulheres. É esse projeto que inclui, que fortalece o Estado e as políticas públicas”, defendeu Loricardo.

Conjuntura econômica

Na reunião da direção, também foi feita uma exposição sobre a economia mundial e nacional nos dias atuais. A apresentação foi feita pelo economista André Cardoso, técnico da Subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) da CNM/CUT.

Cardoso apresentou os principais focos de instabilidade no cenário internacional que afetam diretamente a indústria nacional. Entre eles, a desaceleração da China, a queda das cotações das commodities, a situação financeira dos bancos dos países centrais, a queda da bolsa de valores e dos preços internacionais de diversos produtos importantes na estrutura produtiva brasileira.

O economista também comentou sobre o novo plano de política industrial, o Programa Brasil Mais Produtivo, lançado na última quarta-feira (6). “O programa é uma ação rápida de 90 dias nos processos produtivos de mais de três mil empresas. A meta é de, pelo menos, 20% de aumento na produtividade dessas empresas no prazo de seis meses”, explicou.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CNM/CUT

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