Mediação No Trt Gera Contra-proposta Do Sindicato Patronal Dos Metalúrgicos

Geraldo Muzykant
Mediação No Trt Gera Contra-proposta Do Sindicato Patronal Dos Metalúrgicos
Ao longo de quatro horas, representantes dos trabalhadores metalúrgicos e do sindicato patronal participaram de mediação no Tribunal Regional do Trabalho, buscando ultrapassar o impasse ocorrido nesta semana, que levou mais de 2.500 operários a fazerem greve nas empresas AGCO, MWM International e AREVA, todas em Canoas. Segundo o presidente da Federação dos Metalúrgicos do RS, Milton Viário a contra-proposta patronal desta tarde, de 8,5% de reajuste salarial, piso salarial de R$ 580,50 e desconto de 50% dos dias parados (26 e 27), “pode ser considerada como um avanço e em bons termos para os trabalhadores”. A proposta anterior do sindicato patronal foi de 7,4% , com indicativo de proposta final, o que foi rejeitado por unanimidade na assembléia geral dos metalúrgicos, que pediam 12% (INPC + índice de crescimento da indústria gaúcha) inicialmente, mas haviam apresentado uma contra-proposta de 10,29%.

Interdito Proibitório

O sindicato patronal entrou no dia de ontem com um pedido de Interdito Proibitório contra o sindicato dos metalúrgicos de Canoas e a Federação dos Metalúrgicos RS, visando impedir a atuação sindical nas portas e no local de trabalho. O pedido não foi aceito pela justiça regional do trabalho, que, no entanto, acatou a solicitação de uma Audiência Conciliatória, ocorrida nesta tarde.
No ano passado, durante a Campanha Salarial 2007, foram impetrados diversos Interditos Proibitórios, determinando o afastamento dos dirigentes sindicais dos “locais onde devem estar, ou seja, junto dos trabalhadores”, comentou Milton Viário. Aliás, uma das cláusulas da pauta da Campanha Salarial 2008 é a democracia no local de trabalho, para que os dirigentes possam conversar, entregar materiais e dar informes sobre a situação da categoria. “O trabalho sindical não pode jamais ser cerceado, sob pena de voltarmos aos tempos da ditadura”, observou Milton.


Fonte: Inara Claro

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