Mais Uma Fábrica Parada Em Canoas

Além da AGCO e MWM INTERNATIONAL, trabalhadores resolveram paralisar a AREVA. Dirigentes sindicais pretendem realizar boicotes às horas-extras de fim-de-semana e paralisar mais algumas fábricas na próxima semana


A chuva desta fria manhã de sexta-feira não foi empecilho para impedir a paralisação de mais uma grande empresa metalúrgica de Canoas/RS. Além AGCO e da MWM INTERNATIONAL, paralisadas desde a madrugada de ontem, os trabalhadores resolveram paralisar na manhã de hoje, por tempo indeterminado, a AREVA, multinacional e líder mundial de geração e distribuição de energia. No total, estima-se que aproximadamente 2.300 trabalhadores e trabalhadoras – inclusive terceirizados – estão de braços cruzados em busca de melhores salários.

Segundo a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita, as paralisações têm por finalidade a reabertura das negociações e a busca de uma proposta patronal de reajuste mais decente. A categoria reivindica um reajuste de 10,29%, mas os patrões oferecem 7,4% (5,9% do INPC + 1,4% de aumento real). “Informalmente, eles teriam aumentado sua proposta para 8%, mas mesmo assim a categoria vê tal proposta como insuficiente, até porque o aumento real proposto é inferior ao do ano passado, quando o quadro econômico-financeiro das empresas mostrava resultados inferiores aos resultados atuais. Ou seja, as empresas têm sim condições de conceder um aumento maior, recuperando um pouco mais o poder aquisitivo da categoria, reduzido pela absurda rotatividade de pessoal utilizada por elas próprias para rebaixar salários e elevar seus lucros”, resume o presidente do sindicato Flávio de Souza, o Flavião.

A direção do sindicato reuniu-se no final desta manhã com a direção da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos (FTM-CUT) para avaliar o movimento e combinar outras mobilizações para os próximos dias, como impor boicote às horas-extras de fim de semana, atividade decidida pela categoria na assembléia geral do dia 19 de junho passado, e paralisar mais algumas fábricas na base Canoas-Nova Santa Rita. Outras bases metalúrgicas gaúchas em campanha salarial tendem a seguir o exemplo de Canoas e também paralisar algumas fábricas.








Fonte: Geraldo Muzykant, da Assessoria de Comunicaç

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