Mais De Seis Mil Metalúrgicos Param Oito Fábricas Em Canoas

Os trabalhadores querem mais do que somente a discussão sobre o percentual de reajuste, comentou o presidente da Federação dos Metalúrgicos do Rio Grande do Sul, Milton Viário. “Estamos apresentando em todas as mesas de negociação do Estado, o índice de 12%, mas também outros temas importantes, como redução da jornada de trabalho; piso de R$ 664,00 igual a 1.6 do salário mínimo; democracia nos locais de trabalho, possibilitando a atividade sindical sem perseguição ou impedimentos; a saúde do trabalhador que passa tanto por modificações no ritmo de trabalho, quanto pelo registro de acidentes de trabalho entre outros fatores”, ressalta.
A Campanha Salarial 2008 também luta por uma data base única, discutida em nível nacional. Ao mesmo tempo, os metalúrgicos estão engajados na disputa pela extinção do Fator Previdenciário (reduz o valor final da aposentadoria), que já foi aprovado no Senado e agora depende de mobilização ampla para obter aprovação definitiva.
Também está na pauta a ratificação da convenção 158 da OIT, que determina o fim da demissão imotivada, que não garante a estabilidade no emprego, mas certamente inibe as dispensas não justificadas ou sob falsas alegações, segundo afirmou o Especialista da OIT no Brasil, Ericson Crivelli. A ratificação da 158 está tramitando no Congresso Nacional, encaminhada pelo governo federal no início deste ano, após pressão sofrida em 2007 com a Marcha de Brasília, onde trabalhadores de todos os cantos colocaram na pauta as convenções 158 e 151 (direcionada para os servidores públicos).
Mobilização
Com a discussão destes e outros pontos nas mesas de negociação, os metalúrgicos do Rio Grande do Sul estão mostrando que estão buscando mais do que o reajuste salarial: a melhoria da qualidade de vida. Por isso as mobilizações no Estado prosseguem em tempo indeterminado. As paradas nas portas de fábricas deverão acontecer no ritmo da campanha.
Valorização do Trabalho. É disso que o Brasil precisa.
Fonte: Inara Claro