Maia quer afastar chance de veto antes de marcar votação do fim do fator previdenciário


A votação do fim do fator previdenciário, prevista inicialmente para esta quarta-feira, ainda depende de negociação, segundo o presidente da Câmara, Marco Maia. O projeto (PL 3999/08) conta com o apoio de partidos da base aliada, apesar de o governo sinalizar que é contrário a mudanças no sistema previdenciário. Maia quer garantias de que, se aprovado, o projeto não será vetado.
 
"Votá-lo sem que haja a perspectiva de veto para que ele se transforme em realidade. Se não, estaríamos enganando os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros"
 
O próprio líder do PT, deputado Jilmar Tatto, disse que o sentimento geral dos deputados é aprovar o texto que cria um mecanismo alternativo ao fator previdenciário, impedindo a redução das aposentadorias. Jilmar Tatto afirmou ainda que o governo é que precisa dizer se haverá impacto negativo nas contas da previdência.
 
"O governo não pode fazer discurso, tem que dizer o seguinte: o impacto vai ser este. Até agora ninguém apresentou números pra nós. Aquela proposta intermediária, 85/95, houve um determinado momento que teve uma sinalização do governo de que aquilo era possível. Isso mostra que, naquele período, um possível desajuste nas contas públicas não ia ocorrer. O que mudou? É isso que o governo precisa dizer pra nós. Nós estamos aguardando. Todo mundo é sensível, ninguém quer o descontrole das contas públicas"
 
As centrais sindicais promoveram uma manifestação nesta terça-feira, no salão verde da Câmara, pelo do fim do fator previdenciário. Lideranças do PR, PDT e PTB apoiaram a reivindicação dos sindicalistas. O líder do PDT, André Figueiredo, lembrou que o texto em discussão na Câmara é do deputado licenciado Pepe Vargas, do PT, atual ministro do Desenvolvimento Agrário.
 
"Desde junho, nós queremos uma contraproposta do governo ao projeto por ele proposto, do Pepe Vargas, e até agora não tivemos resposta nenhuma. Por isso, nós queremos reforçar o posicionamento do presidente Marco Maia para que isso seja pautado e, consequentemente, a gente possa votar essa reformulação do fator previdenciário que nós temos plena convicção de que vai ajudar as contas públicas do governo"
 
Pela proposta em discussão na Câmara, o fator previdenciário poderia ser substituído pela fórmula 85/95, na qual o benefício atinge o valor máximo quando a soma da idade e do tempo de contribuição for de 85 anos para mulheres e de 95 para homens. Hoje, o fator incide sobre as aposentadorias por tempo de serviço, reduzindo o valor do benefício.

 


Fonte: Agência Câmara

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