Lula E Montadoras Agendam Reunião Para Decidir Sobre Prorrogação Do Ipi

BRASÍLIA//SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Guido Mantega irão se reunir, ainda em março, com representantes da indústria automobilística para tratar da possível prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis novos, segundo informou ontem o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. "Eu sei que o ministro Guido Mantega já tem reuniões com o presidente Lula e com a indústria [automobilística] para resolver isso, mas dificilmente ele vai anunciar [a decisão] antes do dia 30 de março", disse o ministro. A redução do IPI sobre automóveis, anunciada em dezembro do ano passado, vigora até o dia 31 de março, caso o governo não prorrogue o benefício.

Paulo Bernardo brincou que se sente dividido em relação à prorrogação do incentivo. "Como cidadão, estou torcendo para que eles mantenham a redução do IPI. Isso é bom, vai aumentar as vendas, vai melhorar o mercado. Mas, como ministro do Planejamento, fico olhando a planilha de arrecadação e pensando nas despesas", disse.

Montadoras

Apesar da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) negar que esteja negociando com o governo a prorrogação do IPI - que segundo a própria entidade foi responsável pela comercialização de cerca de 70 mil carros desde que o incentivo está vigente - e reafirmar que não está trabalhando com a possibilidade de sua extensão por mais três meses, os presidentes de montadoras já anunciaram a importância da manutenção da redução do IPI por mais um período para impedir novas quedas nas vendas.

Agora foi a vez do presidente do presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, que afirmou considerar "mandatória" a manutenção, por parte do governo federal, da redução do imposto para os automóveis novos pelo menos por mais três meses.

O executivo prevê redução de 5% nas vendas de veículos este ano, queda que pode ser maior sem medidas de incentivo às vendas. Ele afirmou, contudo, que as empresas podem "negociar tudo com o governo, mas quem vai definir é o mercado", ao comentar a possibilidade de o governo exigir garantias de emprego como contrapartida para prorrogar o corte do IPI. "O emprego depende 100% do mercado", disse.


Fonte: Agência Estado

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