Indústria De Transformação Puxa Perda De Vagas

Os efeitos da crise financeira e a tendência sazonal de queda no emprego nos meses de dezembro fizeram o país, o Rio Grande do Sul e a Região Metropolitana de Porto Alegre registrar a maior perda de vagas com carteira assinada no último mês do ano passado desde o início da série histórico, em 1999.

O maior impacto veio da indústria de transformação, segundo dados divulgados ontem pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Conforme o levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, as vagas cortadas no setor em dezembro, no Brasil, foram quase o dobro de igual período do ano anterior – 273, 2 mil ante 143 mil. No total, o saldo ficou negativo em 654,9 mil. Situação semelhante ocorreu no Estado e na Região Metropolitana.

Com o impacto da crise, o desempenho da geração de postos de trabalho ao longo do ano foi afetado a ponto de 2008 terminar com estoque de 1,452 milhão. O total representa retração de 10,2% na comparação com o ano anterior, quando chegou a 1,617 milhão. Antes da turbulência global, a expectativa do governo era chegar a um saldo de 2,1 milhões de vagas formais.

O Estado que mais perdeu empregos em dezembro foi São Paulo, com saldo negativo de 285,5 mil postos de trabalho. Em seguida estão Minas Gerais (88 mil), Paraná (49,8 mil), Santa Catarina (27,8 mil) e Rio Grande do Sul (27,7 mil).

As nove maiores regiões metropolitanas cortaram 132 mil vagas no mês passado, o equivalente a cerca de 20% da redução recorde. A Grande São Paulo respondeu por quase metade desse resultado. Em Porto Alegre, foram 10,8 mil empregos a menos. Apesar do recuo do fim de ano, foram essas regiões que garantiram o bom resultado acumulado em 2008, com a abertura de 680 mil vagas.

Segundo Lupi, o mercado formal de trabalho deve permanecer “fraco” ainda em janeiro e fevereiro:

– Em março, acredito que teremos uma retomada (da oferta de emprego).


Fonte: Zero Hora

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