Incentivo para compra de eletrodomésticos é importante, desde que com contrapartidas
Na semana passada, o presidente Lula sugeriu a recriação do programa de incentivos para compra de eletrodomésticos, medida que ele adotou durante seu segundo mandato, em 2009. Após a fala de Lula, uma entidade ligada aos fabricantes destes produtos divulgou que fará uma proposta nesse intuito em 40 dias para entregar ao governo, tentando incluir o financiamento para compra dos produtos dentro do programa Minha Casa Minha Vida. Sindicalistas também se posicionaram a favor, mas reivindicam contrapartidas.
Apesar das intenções públicas do presidente da República e dos fabricantes de eletrodomésticos, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, até o momento o presidente Lula não encomendou ao ministério um programa neste sentido.
Enquanto o governo e os empresários especulam sobre a medida, os trabalhadores estão atentos para que não sejam colocados de lado na discussão, principalmente no que se refere a direitos e empregos.
A secretária de políticas sociais da CNM/CUT, Kelly Galhardo, que também é uma das coordenadoras do setor eletroeletrônico da entidade, recorda que em 2009, quando a medida foi aplicada no segundo governo Lula, as empresas tiveram muito lucro com o aumento nas vendas de lavadoras, geladeiras e outros produtos, porém não houve contrapartida relevante para os trabalhadores.
“É importante ter esse alerta sobre a falta de contrapartidas aos trabalhadores, de preservação e aumento de postos de trabalho, de manutenção e aumento de direitos”, enfatiza a dirigente.
O presidente da Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT-SP (FEM-CUT/SP), Erick Pereira da Silva, destaca que é preciso exigir um mínimo de produção de conteúdo local neste tipo de medida, o que garantiria a ampliação de postos de trabalho dentro do setor. “Reeditar essa medida é uma excelente ideia e pode valorizar a cadeia produtiva local”, afirma o sindicalista.
Fonte: CNM/CUT