Greve Paralisa Agco E Mwm International
Mobilização seria uma reação da categoria contra a proposta patronal de reajuste.O sindicato poderá promover outras paralisações a partir de amanhã
Cerca de 1.800 trabalhadores e trabalhadoras da AGCO e MWM INTERNATIONAL, fábricas produtoras de tratores e motores, respectivamente, paralisaram simultaneamente hoje pela manhã em rejeição e protesto contra a proposta patronal apresentada na mesa de negociações. A categoria está indignada com a postura empresarial, pois a campanha salarial se arrasta desde o dia 17 de abril e até o presente momento o sindicato patronal formalmente só admitiu conceder 7,4% de reajuste. Informalmente, ofereceram 8%, além de duas antecipações salariais que, somadas, chegam a 2%. A proposta dos metalúrgicos previa reajuste salarial de 12% (INPC + índice de crescimento da indústria gaúcha), mas reduziu a pedida nas negociações para 10,29% (INPC + o índice oferecido pelos próprios patrões para o piso da categoria).
Segundo o presidente do sindicato, Flávio de Souza, o Flavião, o movimento deve se estender para outras fábricas a partir de amanhã. “Vamos fazer paralisações em outras fábricas e também não vamos tolerar as horas-extras previstas para o próximo fim de semana em muitas empresas da categoria. Nosso objetivo é fazer com que os empresários reabram as negociações e melhorem sua proposta de reajuste. Queremos recuperar o poder aquisitivo da categoria, debilitado nos últimos anos por conta das crises e da nefasta rotatividade de pessoal”.
Para o presidente da Federação dos Metalúrgicos do RS, Milton Viário a decisão pela greve demonstra o alto nível de consciência dos trabalhadores, "que lutam pelos seus direitos a melhores salários, mais saúde, mais democracia nos seus locais de trabalho, modificações no ritmo de trabalho, redução da jornada de trabalho, entre outros fatores de caráter nacional". Viário lembrou que a Campanha Salarial 2008 também luta por uma data-base única, discutida em nível nacional. Além disso, os metalúrgicos estão engajados na disputa pela extinção do Fator Previdenciário e pela ratificação da convenção 158 da OIT, que determina o fim da demissão imotivada, que não garante a estabilidade no emprego, mas certamente inibe as dispensas não justificadas ou sob falsas alegações e inibe a livre rotatividade nas empresas.
Fonte: Texto e fotos: Geraldo Muzykant, da Assessoria de