Gm Amplia As Demissões E Já Admite Quebra
Detroit — O novo presidente da General Motors, Frederick (Fritz) Henderson, admitiu ontem a possibilidade de declarar a quebra da montadora e recorrer à recuperação pela via judicial se for necessário. Mas a GM prefere a reestruturação sem monitoramento da Justiça.Henderson também anunciou novas demissões ao declarar que a empresa terá de dispensar mais empregados do que o previsto em fevereiro. Para sobreviver à crise, a companhia depende da liberação de um resgate estimado em 16,6 bilhões de dólares, mas a exigência do governo de Barack Obama para isso é que a GM faça uma reforma drástica nas finanças.
O primeiro passo já foi cumprido oficialmente, com a renúncia do então presidente Rick Wagoner. O governo dos EUA rejeitou a proposta de reestruturação da companhia apresentada por ele, por considerá-la 'tímida, lenta e pouco profunda', e pediu a saída do executivo. Segundo Henderson – que assumiu a GM com a saída de Wagoner –, o novo plano de reestruturação, cujo prazo para ser apresentado é 1º de junho, deve prever o fechamento de mais fábricas.
No plano anterior, estava previsto o fechamento de cinco unidades nos EUA e Canadá. Mesmo com esta posição, ele disse que a GM vai 'tomar todas as medidas' necessárias para sua reestruturação. Em comunicado, afirmou que está 'completamente comprometido em reinventar a GM'.
Para o novo presidente da GM, a companhia enfrenta 'desafios significativos' e poderia usar os próximos 60 dias para tratar de 'questões difíceis', incluindo acordos de concessão com detentores de títulos da empresa e com o sindicato UAW (United Auto Workers).
Henderson convocou todos os funcionários, revendedores, fornecedores e consumidores das marcas da empresa a 'compreenderem' a reestruturação. 'O governo deixou claro que espera que a GM expanda e acelere seus esforços de reestruturação. Quero que o povo americano saiba que nós aceitamos e entendemos estes pedidos', afirmou.
Barack Obama confirmou a liberação de recursos do pacote de 787 bilhões de dólares aprovado em 17 de fevereiro para compra de carros oficiais como fórmula de impulso à indústria automobilística. Nos próximos dois meses, o governo irá oferecer capital suficiente à GM para elaboração de um novo plano de reestruturação, mas negou intenção do governo de assumir a empresa.
Fonte: Correio do Povo