Gerdau: demissão e repressão policial no Peru geram protestos internacionais

O Comitê Mundial dos Trabalhadores na Gerdau enviou, nesta quarta-feira (9), carta ao presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, pedindo ações do governo daquele país para assegurar os direitos dos trabalhadores na Siderperú.

Na última semana, a empresa – que pertence à Gerdau – demitiu mais de 120 operários, o que gerou protestos na porta da fábrica, reprimidos duramente pela polícia.

O secretário geral em exercício da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Loricardo de Oliveira, explicou que no Peru os metalúrgicos na Gerdau vêm lutando contra a precarização no trabalho e pelo direito de organização sindical. “A notícia de que eles foram vítimas de repressão policial gerou protestos das entidades sindicais em vários países, como a United Steel Workers dos EUA”, informou Oliveira, que também é da coordenação do Comitê Mundial dos Trabalhadores e um dos subscritores do documento enviado ao presidente do Peru.

Segundo ele, a empresa está demitindo seus funcionários e terceirizando setores inteiros da produção, prática que tem aprofundado a precarização das condições de trabalho e a redução dos salários.

Loricardo destacou ainda que a CNM/CUT tem sido a interlocutora dos metalúrgicos com a Gerdau no Brasil no encaminhamento de reivindicações das plantas da empresa fora do país. “A principal delas é para que as relações de trabalho e com os sindicatos sejam democratizadas”, assinalou. Sobre o caso específico da Siderperú, o dirigente disse que pediu para que a direção brasileira dialogue com a planta naquele país, para buscar uma solução pacífica e democrática.

Oliveira ressaltou também que um dos principais desafios para o Comitê Mundial é conseguir firmar com a Gerdau um Acordo Marco Internacional (AMI), que assegure parâmetros mínimos para relações sindicais e de trabalho democratizadas. “Existem Acordos firmados com várias multinacionais, que estabelece direitos iguais para todos os trabalhadores em suas plantas espalhadas pelo mundo. A Gerdau é uma multinacional brasileira e, firmando acordo internacional, certamente os conflitos seriam reduzidos”, concluiu.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CNM/CUT

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