Gerdau Aponta Demanda Menor E Inicia Dispensas

Alegando a queda na demanda mundial por aço, a Gerdau iniciou um processo de demissão de funcionários em unidades do Rio Grande do Sul.

No comunicado, a Gerdau atribui as demissões em sua planta de produção de aços longos, no município de Sapucaia do Sul (19 km de Porto Alegre), à necessidade de "reduzir custos e adequar a produção à menor demanda por aço". O grupo não informou o número de postos de trabalho cortados.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo, foram 40 demitidos anteontem.

O corte representa pouco mais de 3% da força de trabalho da unidade (1.200 operários), mas há a possibilidade de que chegue a 200 o total de desligamentos nas próximas semanas, segundo o sindicato.

"É muito preocupante, é a pior crise que vivemos desde o início dos anos 90. Esta semana a empresa demitiu 40 trabalhadores e informou que são irreversíveis outras demissões, que podem chegar a 200 em Sapucaia", disse o sindicalista Lorricardo de Oliveira.

A empresa e os funcionários irão se reunir na próxima semana para discutir a crise.

O sindicato quer a redução dos turnos de trabalho de oito para seis horas como meio de preservar os empregos.

Corte de custos

As demissões são uma etapa de programa de cortes de custos da empresa que já incluiu nos últimos meses a antecipação da manutenção dos equipamentos e férias coletivas para os funcionários em dezembro.

Na Gerdau Aços Especiais Piratini, unidade situada em Charqueadas (55 km de Porto Alegre), o meio de reduzir a produção foi diminuir as turmas de trabalho, de três para duas. O sindicato dos metalúrgicos local relata que na sexta houve 15 demissões, de um total de 1.300 trabalhadores, e relaciona os cortes com a crise.

A Gerdau nega que as demissões estejam ligadas à crise. Segundo a companhia, o número de demissões em Charqueadas é próximo do 1% de rotatividade média mensal na planta e obedece ao acordo coletivo.

Na semana passada, a Gerdau Macsteel, unidade da empresa nos EUA, anunciou o corte de 46 funcionários da sua fábrica em Monroe (Estado de Michigan), o que representa 10% da força de trabalho.


Fonte: Folha de São Paulo

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