Em Moçambique, começa nova etapa de curso de formação de mulheres metalúrgicas
Curso reúne turma do primeira módulo e novas participantes
Teve início na terça-feira (19) a segunda etapa do Programa de Formação de Lideranças Metalúrgicas de Moçambique, do qual a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) é uma das organizadoras.
A atividade, que vai até sexta-feira (22), em Maputo (capital daquele país africano), tem o objetivo de capacitar as trabalhadoras moçambicanas para a luta sindical, por meio da solidariedade internacional.
Ao lado da CNM/CUT nesta ação está a IndustriALL Global Union (federação internacional que representa os metalúrgicos, químicos e têxteis), o Unifor (sindicato canadense dos metalúrgicos e trabalhadores de vários setores) e o Sintime (Sindicato Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgica, Metalmecânica e Energia de Moçambique).
A primeira etapa do curso aconteceu entre 2012 e 2013 e seu sucesso assegurou a continuidade (leia mais aqui). O programa está sendo conduzido pela Confederação, como maneira de retribuir o apoio recebido para curso de formação semelhante patrocinado pelo Unifor para as metalúrgicas brasileiras no final dos anos 1990 e início dos anos 2000.
O módulo iniciado ontem tem à frente a secretária de Mulheres da CNM/CUT, Marli Melo, e dele participam 22 trabalhadoras de Moçambique, 11 das quais oriundas da primeira etapa do programa. A intenção é a de que elas se capacitem para também serem agentes multiplicadoras desta formação.
“Nós, da CNMCUT, temos muito orgulho dessa parceria, pois foi construída através da solidariedade internacional entre as trabalhadoras desses países. É muito gratificante perceber que as metalúrgicas do Brasil podem contribuir para a luta das mulheres em Moçambique”, afirmou Marli.
A exemplo da primeira etapa, esta também terá dois anos de duração, com três encontros por ano e troca de experiência à distância. “Com novas companheiras participando desta fase do programa é possível ampliar a rede para que elas possam encarar os desafios de vencer uma cultura rígida como a de Moçambique, que infelizmente ainda viola os direitos das mulheres, das crianças, idosos e deficientes”, destacou a dirigente da CNM/CUT.
Marli Melo avaliou que este trabalho também é desafiador para a Confederação. “Seguir com este projeto não ajuda apenas no empoderamento das metalúrgicas moçambicanas, mas também das brasileiras”, avaliou, completando ainda: “Nesse momento pelo qual passamos no Brasil – de tentativa de derrubar a presidenta Dilma Rousseff –, nos certificamos cada vez mais que defender a democracia é também defender a igualdade entre homens e mulheres”.
Nesta quarta-feira (20), a atividade contou com a presença de Terezinha da Silva, coordenadora nacional da WLSA (Women and Law in South Africa), organização voltada à defesa dos direitos das mulheres. A presença dela teve como objetivo a construção de rede entre os diversos movimentos sociais em Moçambique, ampliando assim as possiblidades de ação do sindicato em relação às questões de gênero.
Esta etapa do curso está sendo acompanhada também por Mohamad Alsadi, representante do Unifor.
Fonte: Assessoria de Imprensa da CNM/CUT