Em Brasília, sindicalistas cobram pauta dos trabalhadores sobre ferrovias

Divulgação CNM/CUT
Em Brasília, sindicalistas cobram pauta dos trabalhadores sobre ferrovias

Uma comitiva composta de sindicalistas metalúrgicos e ferroviários cutistas e do IndustriALL Brasil, esteve na última sexta-feira (17), em Brasília, em agendas para defender a pauta dos trabalhadores ligados à cadeia produtiva do segmento ferroviário, junto ao governo federal. Foram realizadas duas reuniões, uma no Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC) e outra no Ministério dos Transportes. 

No primeiro encontro, no MDIC, os representantes dos trabalhadores cobraram o ministério a respeito da pauta acordada no final de 2024: a criação de um grupo de trabalho tripartite (governo, empresários e trabalhadores) para debater a política nacional de ferrovias no país.

Já no Ministério dos Transporte, os trabalhadores tomaram conhecimento da proposta do governo de um Plano Nacional de Ferrovias, que criará um marco para o setor, focando principalmente o transporte de carga nos trilhos, e que deve ser colocado em prática ainda no primeiro semestre deste ano.

Segundo o presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, a proposta de grupo de trabalho do setor ferroviário é semelhante ao que já existe no segmento naval. Na conversa no Ministério da Indústria, foi reforçada a questão do conteúdo local na produção de vagões, trilhos, semicondutores, quais os critérios para isso, além disso, e falou-se também das conversas com a Frente Parlamentar das Ferrovias.

“No Ministério dos Transportes, percebemos que o governo, num primeiro momento, pensa em fazer algo para escoar a produção, porém nós pensamos também no transporte de pessoas, transporte público ou privado, que isso esteja em projeto, e o governo está fazendo estudos para colocar investimentos neste tipo de iniciativa. Cobramos principalmente a nossa participação, como representantes dos trabalhadores, nesse plano nacional de ferrovias, para que haja uma preocupação com a questão do trabalho, dos ferroviários, seja nos trabalhos de manutenção e operação”, afirmou o presidente da CNM/CUT.

O vice-presidente do Sindicato dos Ferroviários do Espírito Santo e Minas Gerais (SINDFER ES/MG), Weslei Celante Eloi (Scooby), destacou a importância do encontro no Ministério dos Transporte, depois que a categoria não foi ouvida nas concessões de ferrovias do setor realizadas antes de 2020.

“A gente teve oportunidade de estar passando o lado da realidade da classe trabalhadora para a Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário, para tentar junto ali dentro do novo Marco Ferroviário, dentro das concessões e das ferrovias autorizadas, no intuito de conseguir algo de benefício, que garanta alguma contrapartida para a classe trabalhadora e para a sociedade”, disse Scooby.

Encontro no Ministério dos Transportes
Nova política industrial pode ajudar

Para o presidente do IndustriALL Brasil, Aroaldo Oliveira da Silva, tratar do setor ferroviário faz parte dos debates sobre a nova política industrial do governo federal, o Nova Indústria Brasil (NIB) e reforça a participação dos trabalhadores no processo de recuperação da indústria nacional.

“O setor metroferroviário está ligado diretamente à nova política industrial do governo, dentro das missões, no caso a Missão 2, que trata das cidades, e visa resgatar essa cadeia produtiva. Além de reforçar a política industrial, reforça também o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que também possui iniciativas do setor metroferroviário, e coloca os trabalhadores em posição de destaque, podendo opinar e ajudar na condução dessas políticas públicas, para a gente poder criar emprego de qualidade, reorganizar as cadeias produtivas, criar pesquisa, desenvolvimento e renda ao país”, declarou Aroaldo.

Importação x conteúdo local

O coordenador geral dos segmentos industriais da CNM/CUT, Juarez Estevam Ribeiro, lembrou a batalha contra a importação indiscriminada de itens da China, que atrapalham a produção local de itens para o setor ferroviário.

“No Ministério da Indústria a gente tratou muito da questão da discussão do conteúdo local, da industrialização, essa questão da China, da gente ter algumas importações ainda no nosso país que atrapalha a nossa produção local, a nossa geração de emprego e renda. A reunião com o Ministério do Transporte também foi de suma importância, até para a gente poder entender o tamanho, qual que é a grandeza do investimento na malha ferroviária brasileira. Nós representamos os trabalhadores, sem dúvida vamos conseguir inserir dentro dessa discussão a questão da gente tá buscando sempre cada vez mais o retorno dos trabalhadores, inserir os trabalhadores na discussão com o governo, na discussão da industrialização, da reindustrialização, do emprego e renda para poder fazer a economia do nosso país crescer cada vez mais”, comentou Juarez.


Fonte: CNM/CUT

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