Em 2008, Cesta Básica Subiu 19,7% Em Porto Alegre, Aponta Dieese

De acordo com os dados do DIEESE, a cesta básica teve uma variação anual de 19,7% em Porto Alegre entre janeiro e dezembro de 2008. A pesquisa, divulgada nesta quarta, aponta que o custo dos alimentos essenciais registrou alta acumulada superior a 20,00%, em 2008.

A forte alta verificada em Porto Alegre fez com que a cidade registrasse o maior custo para os gêneros alimentícios essenciais (R$ 254,86), com um valor bastante distanciado das demais cidades. A segunda capital mais cara foi o Rio de Janeiro (R$ 239,78),

Em dezembro, todas as 17 localidades do país pesquisadas registraram alta. A capital gaúcha está entre as cidades com elevações mais significativas, ao lado de João Pessoa (14,71%), Aracaju (7,74%), Natal (7,45%) e Rio de Janeiro (6,45%). Belém (0,29%), São Paulo (0,35%), Curitiba e Vitória (ambas com taxa de 0,61%) apresentaram os menores aumentos.

Com base no custo apurado para a cesta básica da capital gaúcha, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE calcula mensalmente o valor do salário mínimo necessário.

Em dezembro, o menor salário pago deveria ser R$ 2.141,08, ou seja, 5,16 vezes o mínimo em vigor (R$ 415,00). Em novembro, o piso salarial era estimado em R$ 2.007,84, o que corresponde a 4,83 vezes o mínimo nacional. Em dezembro do ano passado, o salário mínimo necessário era de R$ 1.803,11 (4,75 vezes o piso de então, de R$ 380,00).

Outro cálculo divulgado pelo DIEESE é o tempo de trabalho necessário para a aquisição da cesta básica, que em Porto Alegre é de 135 horas e seis minutos. Levando-se em conta todas as cidades pesquisadas, foram 115 horas e 44 minutos. Na comparação entre o custo da cesta e o salário mínimo líquido - após o desconto equivalente à Previdência Social - a compra compromete 66,75% do valor recebido pelo trabalhador em Porto Alegre.

Produtos

Segundo o DIEESE, o início da colheita de alguns grãos favoreceu o recuo nos preços do feijão, da soja e do arroz em dezembro. No entanto, outros itens elevaram fortemente o valor da cesta.

Todas as 17 capitais pesquisadas registraram queda no preço do feijão, em dezembro, independentemente de a variedade ser preto ou de cores. Em dezembro, o arroz apresentou queda em 11 cidades, com as taxas mais significativas apuradas em Belém (-2,93%), São Paulo (-2,86%), Recife (-2,30%) e Fortaleza (-2,25%). Houve estabilidade em Goiânia e alta em outras cinco, em especial, em Aracaju (6,11%) e Porto Alegre (3,23%).

A carne, produto de maior peso na cesta básica, não apresentou tendência específica, em dezembro, com alta em oito capitais, redução em sete e estabilidade em São Paulo e Brasília. Os principais aumentos foram registrados em Porto Alegre (4,09%) e Florianópolis (4,04%). Em 12 meses, houve elevação generalizada no país. A principal justificativa para este comportamento é o câmbio, pois, o produto é exportado para muitos paises. A principal justificativa para a alta é o câmbio, pois, o produto é exportado para muitos paises.

A intensidade das chuvas em diferentes estados pode gerar uma expectativa pessimista para os próximos meses. Além da estiagem no oeste de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que pode resultar em aumento nos preços dos produtos agrícolas, fortes inundações têm atingido regiões produtoras de alimentos como Santa Catarina, Minas Gerais, Espírito Santo e estado do Rio de Janeiro.


Fonte: Zero Hora

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