Documento entregue pelo segmento naval no G20 Social pede atenção ao setor
Dirigentes da CNM/CUT entregaram na tarde da última quinta-feira (14) na abertura do plenário da CUT do G20 Social, no Rio de Janeiro, um documento construído um dia antes durante o Seminário "Retomada da Indústria Naval: em defesa do trabalho decente e da soberania nacional", realizado na sede do Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro.
O texto faz uma defesa da participação ativa dos trabalhadores na retomada da indústria naval no país e manifesta a preocupação com o atual momento do segmento, que sofre vários problemas para voltar a ser um importante gerador de empregos de qualidade e fortalecer a soberania nacional.
Sindicalistas de várias categorias, políticos, técnicos, empresários e membros da academia estiveram no evento realizado no Sindicato dos Engenheiros e colaboraram para a elaboração do documento apresentado no G20 Social.
“Esse texto ele já vinha sendo construído pelo Fórum da Indústria Naval, que envolve várias entidades e na qual a CNM/CUT e seus sindicatos estão juntos na tarefa de reconstrução da indústria naval, e agora ajustamos ele para que faça parte do conjunto das teses das teorias que nós precisamos para a retomada do setor naval”, afirmou o presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira.
O dirigente destacou a importância do seminário no Sindicato dos Engenheiros, onde pode ser debatido a pauta dos trabalhadores dentro da indústria naval, destacando o protagonismo real de quem está no chão de fábrica.
“Nós não podemos viver apenas de sonhos, nós precisamos viver de realidades. Os sonhos a gente sonha junto, e a realidade a gente constrói junto. Então a gente precisa ter essa ideia de fazer esse setor funcionar e foi muito importante esse evento para mostrar para o Brasil, pro setor financeiro, para aqueles que não acreditam na soberania nacional, que a indústria naval é possível e que ela precisa ser um programa de estado perene, permanente, e que o Brasil precisa retomar essa indústria tão importante e desenvolvimento local”, afirma Loricardo.
Segundo ele, no texto foi destacado isso, que a indústria naval fomenta a indústria brasileira como um todo, o setor eletroeletrônico, de bens de capital, siderurgia, comércio, e ainda faz a economia gerar e “fazendo economia gerar desenvolve o emprego, e desenvolve renda e perspectiva de futuro de boa parte de uma parte da população local dessas cidades brasileiras onde tem os estaleiros e a cadeia produtiva”, disse o presidente da CNM/CUT.
Para o coordenador do segmento naval da CNM/CUT, Edson Rocha, o seminário serviu para organizar as ações que vêm sendo desenvolvidas pelo Fórum da Indústria Naval junto ao governo e deixar claro onde estão os problemas que ainda impedem a retomada real do segmento no país.
Ainda segundo Edson, o seminário foi feito principalmente para botar os pingos nos is e dizer quem é o grande vilão brasileiro que é contra a soberania nacional.
“É o Congresso Nacional que impede o trabalhador e empresário de ficarem num conselho, ter assento no Conselho da Indústria, por exemplo. Esse Congresso Nacional que tentou acabar com o conselho diretor do Fundo de Marinha Mercante dentro do governo anterior, que felizmente nós resistimos e eles não conseguiram. É também o Congresso Nacional que está impedindo o desenvolvimento quando coloca um artigo, que é o artigo 105 parágrafo 5º da Reforma Tributária brasileira, que ameaça produção nacional do setor naval e emprego de milhares de trabalhadores”, enumerou Edson.
Na próxima quinta-feira (21), em Belém, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Indústria Naval estará em Belém (PA), para um anúncio de uma série de investimentos do Ministério dos Portos e Aeroportos no transporte hidroviário nacional.
Fonte: CNM/CUT