CUT-RS repudia reformas de Temer e repressão policial na greve geral em Porto Alegre

A CUT-RS repudiou as reformas da Previdência e Trabalhista e lei da terceirização ilimitada do presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB) e a violência da Brigada Militar contra os piquetes de manifestantes na madrugada diante das garagens de empresas de ônibus, durante a greve geral desta sexta-feira (30), em Porto Alegre.

Como se não bastasse, três militantes foram presos em frente à Carris e um deles, o professor Altemir Cozer, foi ainda transferido do Palácio da Polícia para o Presídio Central.

O repúdio foi manifestado no ato realizado no início da tarde no Largo Glênio Peres, que reuniu mais de 10 mil pessoas. “Não aceitamos o estado de exceção nem a criminalização dos movimentos sociais”, afirmou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.

Após várias manifestações de centrais sindicais, movimentos sociais e partidos de esquerda, os participantes seguiram em caminhada até o Palácio Piratini, onde tropas de choque da Brigada estavam a postos nas imediações.

Uma comissão de representantes das centrais solicitou uma audiência com o governador José Ivo Sartori (PMDB), sendo recebida pelo chefe da Casa Civil, Fábio Branco. Os sindicalistas manifestaram todo repúdio à repressão sofrida na madrugada e à prisão descabida do professor.

“É um absurdo o que esse governo vem fazendo em termos de repressão”, afirmou o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS (SINDJORS), Milton Simas Júnior, que integrou a comissão.  “O chefe da Casa Civil garantiu que vai avaliar o caso e ouvir o outro lado”, disse o jornalista. “Exigimos, também, que o Altemir tenha ao menos um tratamento digno, pois se manifestar não é crime”, frisou Milton.

Balanço da greve geral

Em todo o estado, pelo menos 32 municípios tiveram mobilizações neste dia de greve geral, marcado em todo o país por greves, paralisações e protestos contra essas reformas de Temer e por “Fora Temer” e “Diretas Já”.

“Aqui em Porto Alegre, além da chuva que enfrentamos desde a madrugada, a Brigada Militar perturbou muito, jogou bomba na gente e prendeu militantes”, denunciou Claudir. “Porém, o resultado está aqui. Parte do comércio não abriu, os taxistas estão com poucos passageiros, as lotações vazias, estudantes na praça com os professores, servidores públicos e bancários paralisados, dentre outras categorias”, destacou.

Para Claudir, isso reflete a opinião da sociedade, conforme mostrou a recente pesquisa do Ipesa, encomendada pela CUT-RS, onde 72,4% dos gaúchos disseram que são contra a reforma da Previdência e 62,4% são contrários à reforma Trabalhista.

“Hoje é mais um marco na resistência que construímos e demos mais um recado aos deputados e senadores, para que rejeitem essas propostas do Temer”, frisou. “Foi um dia vitorioso, mas a gente sempre quer mais”, avaliou. “Nós estamos diante de um golpe e temos essas reformas para derrotar. Por isso, a unidade e resistência não terminam aqui”, concluiu o presidente da CUT-RS.

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