CUT-RS e centrais promovem painel no dia 27 sobre desafios para derrotar o bolsonarismo
A CUT-RS e centrais sindicais promovem na próxima quinta-feira (27), às 18h, o painel “Lugar da classe trabalhadora na reconstrução do Brasil e os desafios para derrotar o bolsonarismo”. A atividade será virtual e faz parte da agenda do Fórum Social da Resistências, que teve os eventos presenciais adiadas para o final de abril em função do risco sanitário apresentado pela onda crescente de casos de infecções por covid-19 e suas variantes.
Como painelistas, participarão Clemente Ganz Lúcio, sociólogo e assessor do Fórum das Centrais Sindicais, e Altamiro Borges, jornalista e presidente do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé.
O painel será realizado através da plataforma Zoom e será transmitido nas páginas da CUT-RS, Rede Soberania e Brasil de Fato RS no Facebook, além da publicação cruzada pelas entidades filiadas e parcerias.
As inscrições poderão ser realizadas através do e-mail da Secretaria-geral da CUT-RS (cut.rs@cutrs.org.br) ou pelo WhatsApp (51) 99581.5797, informando nome e entidade.
Conscientizar e mobilizar a classe trabalhadora
O objetivo é debater o papel da classe trabalhadora no cenário político neste ano de disputa eleitoral. “Reconstruir o Brasil é também se reconstruir como povo e como sociedade”, aponta o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.
Para ele, “o lugar dos trabalhadores e das trabalhadoras é discutindo o presente e o futuro do Brasil. Nós queremos construir esse Brasil para a classe trabalhadora e o nosso papel, neste particular, é mobilizar e conscientizar toda essa base social, tornando ela um instrumento, que será base para essa mudança”.
“Temos que eleger presidente, governador, deputados e senadores alinhados com essa necessidade de mudança, numa lógica de classe para fazer com que todo esse sistema político, econômico e social seja realmente democrático e, para tanto, temos que participar do processo decisório. Com muita esperança e muita coragem, podemos mudar esse tecido social atrasado, xenófobo, racista e machista, que exclui as pessoas”, defende Amarildo.
“Um desafio que a classe trabalhadora tem, ao mesmo tempo em que faz a luta por direitos, é construir uma sociedade mais libertária e radicalmente democrática e que combata o racismo, as desigualdades, o machismo, o patriarcalismo e a acumulação de riqueza tão desmedida e vergonhosa que o país tem”, ressalta.
Dois projetos em disputa
Segundo o presidente da CUT-RS, existem projetos em disputa e é preciso anunciar o que está em jogo. “Cada dia que passa fica claro e a própria imprensa conservadora fica constrangida, porque estão ficando explícitas as diferenças”, destaca.
“De um lado, um projeto que destrói, que traz a fome, a miséria, o desemprego, a desqualificação dos serviços públicos, a perseguição aos servidores, a venda do seu patrimônio e a privatização daquilo que é estratégico. Do outro lado, um projeto que nós trabalhadores queremos para o Brasil, com direitos, com valorização do trabalho, com renda, com alimento na mesa, com educação e saúde de qualidade”, compara Amarildo.
Ele também salienta o papel do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff (PT) como parte do projeto político da direita. “Eles se valeram de golpes, mentiras e fake news para a derrubada da Dilma do poder, atacando a nossa economia e vendendo as nossas estatais e as nossas reservas energéticas, além da destruição ambiental”, denuncia
“Nós, da CUT-RS, vamos trabalhar muito para que a classe trabalhadora tenha consciência do que está em disputa. Acreditamos que é possível resgatar um país com distribuição de renda, onde o rico esteja no imposto de renda e o pobre no orçamento”, acredita.
Amarildo enfatiza que “é fundamental a unidade do campo democrático-popular, que tem que se alinhar em torno da valorização do trabalho, da renda e do emprego, para que finalmente os trabalhadores tenham condições serem protagonistas das suas mudanças. Para reconstruir a cidadania, a felicidade e a esperança”, conclui.
Quem são os painelistas
Clemente Ganz Lúcio é sociólogo, assessor do Fórum das Centrais Sindicais e professor universitário. Foi diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Foi integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e atuou no Comitê Gestor.
Altamiro Borges é jornalista, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, escritor com cerca de 50 obras publicadas que versam sobre política brasileira latino-americana. É colunista dos portais Vermelho, DCM, Brasil 247, Blog Cidadania e Instituto João Goulart, dentre outros.
Fonte: CUT-RS