Crise Exige Atitude Forte, Diz Lupi
Brasília — O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, disse ontem, que o foco das novas medidas do governo para estimular a economia será o setor industrial. Lupi disse ter apresentado duas 'grandes propostas' de geração de emprego ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com o ministro, o resultado negativo na geração de emprego em dezembro por este setor preocupou o governo. 'Nós vamos ter atitudes fortes', garantiu. De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o último mês de 2008 registrou o fechamento líquido de 273.240 postos de trabalho somente pela indústria do total de 654.946 vagas fechadas. Particularmente, a indústria paulista, de acordo com o ministério. 'A indústria é o setor mais afetado pela crise e a que tinha o estoque mais alto de trabalhadores', afirmou Lupi durante o anúncio dos dados do Caged de dezembro e de 2008.Ainda de acordo com o ministro, a expectativa é que o mercado formal de trabalho permaneça 'fraco' em janeiro e fevereiro. 'Em março, acredito que teremos uma retomada', disse. O ministro voltou a defender a queda na taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central, atualmente, em 13,75% anuais, como forma de estimular o ritmo de crescimento da economia. E chegou a arriscar uma aposta para a reunião que começa hoje e termina amanhã. 'Acho que 0,50 ponto é o mínimo que podemos esperar. Já estou sendo chamado de José Alencar II por cobrar tanto a queda do juro. Mas não adianta só o Copom reduzir, se a rede bancária não acompanhar e cortar o juro também para o onsumidor', argui Lupi.
Questionado também se haverá novas reduções de impostos para a indústria em geral, ele respondeu com evasivas. 'A indústria de transformação exige medidas mais complexas, uma ação integrada entre várias áreas econômicas do governo', disse. Segundo o ministro, Lula 'não ficou chocado' com o recorde negativo em termos de corte de vagas apontado pelo Caged. 'Ele (Lula) já estava sabendo. E é por isso que me pediu propostas para enfrentar a situação', justificou. Por seu lado, Lupi disse não ter ficado surpreso com os números, que ele atribuiu 'ao efeito forte da crise', por conta de uma 'asfixia de financiamento às empresas em dezembro'.
Fonte: Correio do Povo