Conab prevê produtividade maior dos grãos no Estado
As lavouras de grãos de verão se desenvolvem, em geral, de forma satisfatória no Estado, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Apesar da entidade projetar queda de 3,1% na safra 2014/2015, em relação a 2013/2014, a expectativa de fevereiro está mais alta que a divulgada em janeiro, que apresentava variação 7% negativa. O levantamento da Conab, divulgado ontem, indica que a produção do ciclo 2014/2015 deve ser de 29,57 milhões de toneladas.
A soja segue como a cultura destaque no Estado. A produção deve ser 10% superior à safra passada, chegando a 14,15 milhões de toneladas. Em relação ao levantamento anterior, a projeção de produção de soja aumentou 5,4%. As expectativas para o milho também estão positivas. Apesar da projeção de produção ainda ser negativa, de 7,7% abaixo da safra 2013/2014, o levantamento registrou avanço em relação à perspectiva divulgada em janeiro. “Isso significa que as condições climáticas estão normais para as culturas de soja e milho”, explica o superintendente regional substituto da Conab no Rio Grande do Sul, Ernesto Irgang.
A área de plantação do milho foi reduzida em 8,7%, em relação à safra anterior, já que, como explica Irgang, a tendência é que cada vez mais produtores de milho passem e plantar soja, uma cultura mais rentável. O próximo levantamento, divulgado em março, poderá registrar um incremento das expectativas de produção de milho e soja, pois a tendência é o clima favorável se manter. “O trunfo dos produtores de soja e milho são a alta tecnologia e o clima favorável, o que proporciona expectativas de safras cheias”, esclarece o superintendente da Conab. A colheita da soja deve iniciar a partir do final da segunda quinzena de março.
A variação do arroz, que recém começou a ser colhido, foi de 0,7% em relação à safra 2013/2014, e se manteve a mesma em comparação com o levantamento de janeiro. Segundo Irgang, é preciso aguardar as projeções de março para fazer algum tipo de avaliação mais precisa sobre as condições da lavoura de arroz. “É preciso cautela, pois as chuvas de dezembro e as enchentes da Fronteira Oeste podem ter causado prejuízos”, relata Irgang.
O que puxa para baixo as projeções da Conab sobre a produção de grãos no Estado são as safras de trigo, feijão e demais culturas. A segunda safra de feijão registrou redução de 9,2% em comparação ao ano passado, e a de milho, 52,3%. As chuvas durante o plantio e as colheitas atrapalharam as lavouras.
O levantamento da Conab também projeta que a área plantada no Rio Grande do Sul deve ter elevação de 0,7%, totalizando 8,56 milhões de hectares na safra 2014/2015.
Projeção nacional é de crescimento de 3,4%
Ao contrário da produção de grãos no Rio Grande do Sul, a safra nacional 2014/2015 deve registrar crescimento de 3,4% em relação à safra anterior. O volume deve ser de aproximadamente 200,08 milhões de toneladas, de acordo com a Conab. O crescimento é puxado pela soja, que deve alcançar 94,58 milhões de toneladas e registrar alta de 9,8% na comparação com a safra anterior.
Além da soja, apenas sorgo, mamona e arroz terão algum incremento - números residuais frente ao tamanho da produção. Entre as 10 culturas do período, para seis a expectativa é de redução.
A maior queda entre as culturas de verão, em números absolutos, é a do milho, que deve diminuir 1,654 milhões de toneladas. A projeção é que as duas safras de milho somem 78,4 milhões de toneladas e variação negativa de 2,1%.
Para o feijão, item importante na mesa do consumidor, a estimativa é de uma produção 130,9 mil toneladas menor, queda puxada basicamente pela primeira safra, que apresentou redução de área plantada. As demais safras do produto devem registrar avanço.
A companhia informou, ainda, que a expectativa para o arroz é de 12,14 milhões de toneladas, volume 0,2% acima da safra anterior. As três safras de feijão devem somar 3,32 milhões de toneladas, o que representa queda de 3,8%.
A área destinada ao plantio de grãos também deve apresentar aumentar, passando de 57,03 milhões de hectares na safra passada para 57,39 milhões de hectares, alta de 0,6%.
Fonte: Jornal do Comércio