Cnm/cut Conquista Norma Regulamentadora Para Setor Naval

Arquivo
Cnm/cut Conquista Norma Regulamentadora Para Setor Naval
Constituída de forma tripartite, NR pode ser considerada uma espécie de "Contrato Coletivo Nacional do Setor Naval Brasileiro", pois regulamenta as políticas de saúde e segurança no trabalho para os trabalhadores do setor. Evento no Rio foi organizado pela CNM/CUT, SINAVAL e Ministério do Trabalho

A Confederação Nacional dos Metalúrgicos, o Ministério do Trabalho e Emprego e o Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (SINAVAL), integrados na Comissão Tripartite da Indústria Naval - CTNAVAL, com a colaboração da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, promoveram nesta quarta-feira (9), na sede da FIRJAN, o Seminário de apresentação dos Procedimentos desenvolvidos para a estruturação da Norma Regulamentadora de segurança e saúde no trabalho da indústria naval.

A NR do Setor Naval pode ser considerado uma espécie de Contrato Coletivo Nacional de Trabalho para o setor. "Mostramos aquilo que temos discutido durante todo este tempo. Mostramos o trabalho feito até o momento, que foi o de recolher informações e dúvidas dos trabalhadores para a comissão que vai formalizar a Norma Regulamentadora", disse o secretário de Saúde da CNM/CUT, Edson Carlos Rocha da Silva.

Segundo Edson, o próximo passo é redigir um documento com base nas informações recolhidas. "Vamos formalizar tudo para encaminhar à comissão tripartite paritária do Ministério, para que seja aberta uma consulta pública por 30 dias", afirmou.

Entenda - Normas Regulamentadoras, também conhecidas como NRs, regulamentam e fornecem orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados à medicina e segurança no trabalho no Brasil. Como anexos da Consolidação das Leis do Trabalho, são de observância obrigatória por todas as empresas. A criação a NR do Setor Naval foi aprovada 18 de novembro. Após a formatação, ela deve ser batizada como NR 34.

A Indústria Naval no Brasil se apresenta como uma alternativa real de criação de divisas e empregos de qualidade. Assim torna-se necessário o engajamento do governo, empregadores e trabalhadores, de forma integrada, resguardando o interesse legítimo de cada segmento, para que o resultado seja producente.

Nesse contexto, o tripartismo surgiu como uma estratégia ideal para decisões sobre o setor, visando à criação e cumprimento de regras, que contemplem os parceiros sociais envolvidos de forma otimizada. Dessa forma, foi criada no âmbito do MTE a Comissão Tripartite sobre Condições de Trabalho na Indústria Naval, visando à evolução das relações e condições de trabalho nessa atividade.

O objetivo do seminário foi partilhar as informações já consolidadas de procedimentos específicos para a segurança e saúde e de trabalho que serão aplicadas nos grandes estaleiros do Brasil, procurando harmonizar as formas de trabalhar para termos o que a Organização Internacional do Trabalho - OIT conceitua como "Trabalho Decente" não só em todo o Brasil, mas também nos países irmãos do Mercosul.

Nove procedimentos da NR 34 foram aprovados

As nove normas foram aprovadas pela Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP), vinculada ao Ministério do Trabalho, e dizem respeito ao trabalho a quente; montagem e desmontagem de andaimes; pintura; jateamento e hidrojateamento; movimentação de cargas; instalações elétricas provisórias; trabalhos em altura; utilização de radionuclídeos e gamagrafia; e máquinas portáteis rotativas.

Além das normas, foram aprovados também dez books fotográficos para treinamento e sistematização, sendo um deles direcionado especificamente para trabalhos em espaços confinados. Segundo Marcelo Carvalho, coordenador da equipe técnica da Comissão Tripartite de Trabalho Decente, foi decidido por consenso que a NR 33, para trabalhos confinados, continuará valendo.

A aprovação da norma, no entanto, não significa que a obrigatoriedade dos nove procedimentos já está em curso. O texto básico da NR 34 será publicado em março e, em seguida, haverá uma consulta pública. Carvalho explicou, no entanto, que a consulta pública não poderá alterar o significado do texto das normas, até porque elas já estão aprovadas. A ideia é solucionar possíveis ambiguidades no texto, deixando-o mais claro e enxuto.

O coordenador da equipe técnica acredita que, em maio, será concedida a aprovação definitiva, e a NR 34 entrará em operação em todo o país.


Fonte: Valter Bittencourt - Imprensa CNM/CUT, com informa

Pesquisar

FTMRS