Centrais Cobram Ação Do Planalto

Com extensas listas de pedidos, sindicalistas se reúnem hoje com presidente LulaSerá dia para lembrar os tempos de sindicalista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desta vez, porém, terá de agir pelos dois lados da mesa de negociação. Pela manhã, conversa com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que quer cortar recursos públicos a empresas que demitirem. À tarde, reúne-se com líderes de seis centrais sindicais, que vão cobrar do Planalto medidas de apoio e proteção.

Depois de começar uma negociação direta com os empresários, um grupo de líderes sindicais decidiu suspender as conversas. Lula prometeu anunciar, ainda este mês, iniciativas para reduzir o impacto da crise, e há expectativa de que o faça esta semana.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT), que relata ter solicitado a audiência, tem uma lista de reivindicações de 30 pontos, de com forte tom político – inclui itens como o fim da Lei de Responsabilidade Fiscal e o reforço do Mercosul. Mas o que une todas as centrais é o corte do juro.

– Como esta semana tem reunião do Copom, será muito importante reforçar a luta pela bandeira da queda rápida dos juros – afirmou Artur Henrique Silva, presidente da CUT.

– É um clamor nacional – resumiu Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), que promete levar para a frente da sede do Banco Central em São Paulo pelo menos 5 mil trabalhadores.

– O governo está parado. Eles achavam que a crise não ia atingir o Brasil. Tanto que os dois ministros da área econômica estão de férias – criticou Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força.

Guido Mantega, da Fazenda, e Henrique Meirelles, presidente do BC, retornam hoje. Os sindicalistas vão exigir ações que estanquem as demissões, como vincular a concessão de benefícios tributários e de créditos em bancos oficiais à manutenção de empregos – a proposa de Lupi que incomodou o Planalto. O ministro terá de apresentar, hoje, o resultado oficial perda de empregos em dezembro, estimada em 600 mil.

A Lula, os sindicalistas apresentarão exemplos de setores que, na sua avaliação, não teriam motivos para demitir, como o bancário. Segundo Artur Henrique, depois dos altos lucros dos últimos anos, deveria manter o emprego “como responsabilidade social”. As críticas aumentaram com as notícias de que o Santander – que comprou o ABN Amro Real em 2007 – demitiu entre 400 e 500 bancários. Lula recebe hoje o presidente mundial do grupo, Emilio Botín.

– É preciso analisar caso a caso, porque há chantagem nas propostas de redução de direitos. Não podemos fazer acordos por atacado – disse o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, Antonio Neto.




Fonte: Zero Hora

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