Bird Agora Teme Grave Crise Social
Madri — O aumento do desemprego causado pela crise econômica mundial pode acabar gerando uma grave crise social, afirmou Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial, segundo o jornal espanhol El País. 'O que começou como uma grande crise financeira, se tornou uma profunda crise econômica que agora está caminhando para uma crise de desemprego. Se não tomarmos medidas, há um risco de que aconteça uma grave crise social', disse ele.Zoellick acrescentou que uma recuperação na economia mundial será de 'pouca intensidade' por um período prolongado, já que há muita capacidade ociosa na indústria. Além disso, segundo ele, ainda há um elevado grau de incerteza e risco. 'Ninguém sabe com certeza o que acontecerá, e é melhor nos prepararmos para qualquer imprevisto', afirmou o executivo.
O desemprego no Reino Unido, com base na medida da Organização Internacional do Trabalho (OIT), subiu para 2,2 milhões de pessoas no primeiro trimestre deste ano e atingiu o maior nível desde o último trimestre de 1996, informou recentemente o Escritório Nacional de Estatísticas do país.
A taxa de desemprego correspondente alcançou 7,1% no Reino Unido. A economia da Grã-Bretanha teve a maior retração desde 1979 no primeiro trimestre, quando o gasto do consumidor apresentou a maior queda desde 1980 e as empresas usaram estoques em ritmo recorde.
Segundo a Agência Nacional de Estatísticas, o Produto Interno Bruto (PIB) do país caiu 1,9% em relação ao trimestre anterior. Nos Estados Unidos, por sua vez, o número total de cidadãos que recebiam auxílio-desemprego aumentou em 75 mil na semana encerrada no dia 9 de maio, alcançando um total de 6,662 milhões de pessoas, no maior nível desde que o governo norte-americano começou a acompanhar os pedidos, em 1967.
A taxa de desemprego referente aos trabalhadores com direito ao benefício e que estão recebendo o auxílio-desemprego atingiu 5%, a maior desde 25 de dezembro de 1982, após alta de 4,9% na semana anterior. Zoellick acredita que um novo cenário só será possível com mudanças estratégicas importantes na Europa e Estados Unidos. Conforme ele, é a partir da solidez dessas economias que o mundo poderá sair de um recrudescimento maior da crise. Na opinião do dirigente, a Europa enfrenta o pior momento desde a Segunda Guerra Mundial e um novo reordenamento de suas econômicas é importantíssimo para o reequilíbrio financeiro.
Fonte: CP