Ata Do Copom Atrai Atenções Na Semana

Os investidores já consideram, nos seus planos e estratégias, que tanto a economia norte-americana como a brasileira estão no rumo da recuperação após a mais grave crise desde a década de 1930. Agora, eles buscam, nos indicadores econômicos que serão divulgados, pistas para fazerem a sintonia fina das suas apostas. Por isso, o grande destaque da semana é a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que sai na quinta-feira. Na quarta passada, o órgão decidiu cortar a taxa básica de juros brasileira em um ponto percentual, para 9,25% ao ano.

A medida surpreendeu o mercado, pois, diante de uma desaceleração menor do que a esperada da economia no primeiro trimestre do ano, esperava-se uma redução no ritmo de baixa dos juros. Como a decisão não foi unânime - dois dos oito membros do comitê preferiam uma diminuição de apenas 0,75 ponto da taxa -, os investidores buscarão no documento os argumentos que fundamentaram a opção dos demais para tentar descobrir como eles agirão nos próximos encontros. Com isso, os investidores brasileiros dão sinais que estão mais animados.

A semana passada terminou positiva para a BM&FBovespa, que na sexta subiu 0,28%. O dólar comercial encerrou a sexta-feira com desvalorização de 1,33%, negociado a R$ 1,923.
Os dados acerca da atividade econômica no País também são aguardados com ansiedade, afinal, ainda está demasiadamente difícil estimar quando o Produto Interno Bruto (PIB) voltará a crescer e qual será a velocidade da retomada. Hoje a Fundação Getulio Vargas (FGV) informa o seu sinalizador da produção industrial referente a maio, o qual ainda deve apontar uma queda substancial.
Amanhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga as vendas do comércio em abril - os economistas esperam uma elevação de 0,8% ante o mês anterior e de entre 9% e 10% na comparação com abril de 2008.

O Ministério do Trabalho e Emprego anuncia os números sobre a criação de vagas com carteira assinada em maio também nesta semana.
No que diz respeito aos EUA, a discussão que tem crescido nos últimos dias é sobre a possibilidade de o país voltar a subir os seus juros mais cedo do que se imaginava. Os analistas avaliam que, como a renda dos consumidores não caiu muito com a crise, eles podem voltar a gastar logo, o que resultaria em aumento de preços. Os juros americanos estão em níveis historicamente baixos, entre zero e 0,25 ponto percentual.

Outro motivo para a autoridade monetária dos EUA tornar a elevar a taxa é a crescente necessidade de financiamento. As recentes medidas para tentar ressuscitar a atividade, como os reembolsos de Imposto de Renda para pessoas físicas e empresas, e os pacotes de socorro aos bancos e às montadoras fizeram a dívida pública disparar. Nos próximos anos, o governo terá que emitir mais títulos de dívida para equilibrar o orçamento e, para que os investidores continuem a comprá-los, será obrigado a oferecer rendimento maior.



Fonte: AE

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