Aliado de Bolsonaro quer o Brasil fora da Agenda 2030 da ONU
Deputado Professor Victório Galli (PSL-MT) é autor de um projeto que rasga compromisso assumido pelo país com outros chefes de estado para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Tramita na Câmara dos Deputados um Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 1.068/2018, de autoria do deputado federal Professor Victório Galli (PSL-MT), que pretende sustar a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Trata-se de um acordo, assinado em setembro de 2015 por chefes de estado e de governo e altos representantes de diversos países, inclusive o Brasil, em reunião que marcou os 70 anos da organização. No documento são elencados 17 objetivos para o desenvolvimento sustentável global até 2030.
O PDC foi protocolado no dia 7 de novembro e já está sob consulta pública no site da Câmara. No momento do fechamento desta reportagem, 98% dos votos eram contrários ao projeto. Clique aqui para votar.
Victório Galli, aliado do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), considera que a agenda de ações a serem tomadas por todas as instâncias de poder para cumprir os objetivos, como erradicar a pobreza, acabar com a fome e promover uma agricultura sustentável, proporcionar educação pública de qualidade e reduzir as desigualdades, entre outros objetivos, "fere a soberania, a autonomia e a independência" da nação.
De perfil ultraconservador, Galli é pastor evangélico e já apresentou outros projetos polêmicos. Entre eles, o PL 4.500/2012, que dá a pastores, padres e outros líderes religiosos o direito de questionar a sexualidade. Para ele, há uma "blindagem" à comunidade LGBT.
Em entrevistas, ele chegou a dizer que é "permitido no Brasil falar mal de deputado, do governador, do prefeito, do vereador, do padre, do pastor, do tesoureiro da igreja, que não acontece nada. Mas, se falar mal de um gay, de um grupo LGBT, é preso".
Ele tentou ainda emplacar um projeto que alteraria o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), restringindo apenas a casais heterossexuais o direito a filhos adotivos. Nas eleições deste ano, o deputado que usou o mandato para "pregar os bons costumes" não conseguiu se reeleger.
Fonte: Rede Brasil Atual