Acordo Entre Empresa E Sindicato Garante Emprego

Trabalhadores da GKN (do setor de autopeças), de Porto Alegre, assinaram o primeiro acordo de transição no Estado para garantir os 1,3 mil empregos nestes tempos de crise global. O acerto, realizado por meio do Sindicato dos Metalúrgicos, filiado à CUT, prevê a redução da jornada de trabalho (folga nas segundas-feiras) e de 14% nos salários, durante 90 dias – até abril. Nos três meses seguintes, os salários até R$ 2,5 mil serão pagos em 70% do seu valor e, acima deste teto, em 65%, sem necessidade de repor as horas. 'Não estamos fazendo balcão de negócios com prejuízo aos direitos trabalhistas', diz o presidente da CUT/RS, Celso Woyciechowski.
Comparado a Minas Gerais e a São Paulo, a crise não gerou ainda um quadro dramático de rescisões no RS. Em MG, houve 2,3 mil demissões em novembro passado apenas no cinturão de fornecedoras da Fiat. Dos 600 mil postos fechados no país, somente em dezembro, 300 mil podem ter sido em SP.
Os sindicatos filiados à Força Sindical não fecharam acordos com empresas, mas, se houver necessidade, serão mais flexíveis. 'Estamos dispostos a negociar qualquer coisa para impedir demissões, até discutir a reforma da CLT e de tributos', afirma o presidente da Força Sindical/RS, Cláudio Janta. A central, como a CUT, já registra cenários de desemprego, relacionados, por exemplo, à seca, na avicultura (exportações) e no setor de celulose.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas, Cláudio Bier, não confirma a crise. Segundo ele, 'a instabilidade preocupa, mas ainda não se encerrou o período de férias das fábricas'. Os respingos de desaceleração econômica no RS começaram em outubro de 2008, com o corte de vagas. A John Deere dispensou 200 trabalhadores em Horizontina. Em novembro, o setor de base florestal desempregou 700 terceirizados da Aracruz, em Guaíba.


Fonte: Correio do Povo

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