11º Congresso da CNM/CUT reafirma compromisso com representatividade e diversidade

Juliana Claudio
11º Congresso da CNM/CUT reafirma compromisso com representatividade e diversidade

Desde o último Congresso, em 2019, o Brasil viu avançar o conservadorismo, a retirada de direitos e ameaça à democracia, deixando mais vulneráveis as mulheres, jovens, negros e negras, pessoas com deficiência e a comunidade Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Transexuais, Queer, Intersexuais e demais identidades de gêneros e orientações sexuais (LGBTQI+).

A atuação dos sindicatos e movimentos populares tem sido fundamental na trajetória de luta contra o machismo, racismo, homofobia e outras formas de preconceito contra estes grupos, porém ainda há muito a se fazer.

É neste contexto que acontece o 11º Congresso Nacional da CNM/CUT que entra para a história da categoria, não apenas pelo importante momento pelo qual passa o Brasil, com o retorno de um governo progressista, mas também pela forte presença de dirigentes jovens, mulheres, negros e LGBTQI+. Um desafio histórico do movimento sindical, a aproximação destas minorias aos sindicatos compõem os eixos de atuação da Confederação.

Pautas prioritárias

Participando pela primeira vez de um evento nacional da categoria, a jovem Priscila Zambelo Rozas, dirigente de base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SP) expõe sua expectativa em relação ao futuro. “Eu espero que a gente avance em temas do nosso dia-a-dia , de luta incluindo mulheres, jovem, racial. Acredito que venha aí uma mudança boa, com ainda mais diversidade, formação e presença paritária. Nossa categoria é bem diversa e a CNM sempre carregou essa bandeira de reforçar a diversidade e dar voz as minorias”, destacou.

Outro grande desafio é levar a juventude a participar dos sindicatos. Segundo Nicolas Sousa Mendes do Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo e secretário de Juventude da CNM/CUT no período de 2019/2023, no último congresso a participação da juventude foi baixíssima. Porém, devido ao trabalho feito nos últimos anos, as resoluções aprovadas garantiram que a juventude tivesse espaço nas formações, participasse dos encontros e das conferências. “A gente vê que já houve diferença, nestes quatro anos praticamente triplicou a presença jovem. Agora precisamos avançar, para colocar em pauta os desafios da juventude, de trazê-la para dentro dos sindicatos. Já vimos que isso pode ser superado”.

Vindo da cidade de São Leopoldo (RS), o dirigente de base Carlos Eduardo Saraiva Sousa ressalta a grandeza do Congresso ao ter a oportunidade de acompanhar e aprender com os que estão há mais tempo no movimento. “Estamos tendo acesso a muito conhecimento, espero que a nova direção siga nesse caminho, nos ajudando a evoluir cada vez mais na luta por mais direitos”.

A jovem Rosana Sousa, estreante em eventos nacionais da categoria, vê sua participação como uma grande oportunidade para o sindicato do qual faz parte e, principalmente, para as trabalhadoras e os trabalhadores da base. Ela ressalta ainda que esta também é a primeira vez que o Sindicato dos Metalúrgicos de Araquari (SC) irá assumir uma pasta na CNM, “isso é um grande passo para o nosso sindicato e para a categoria em Santa Catarina”.

Fato é que este 11º Congresso acontece reforçando a atuação da CNM/CUT como um instrumento objetivo de luta por mudanças de comportamentos que reproduzem visões e práticas de exclusão e discriminação nas relações sociais.

Este novo período deverá valorizar e incentivar a solidariedade, a integração, a luta por igualdade e equidade de direitos e o respeito a todos e todas sem distinções. Portanto, esse eixo de atuação é fundamental para equilibrar a correlação de forças diante da diversidade existente na sociedade e da atuação perversa do capital e assim, contribuir para dar voz a estes grupos historicamente excluídos, para a igualdade de oportunidades e por fim, fortalecer a democracia.

Fonte: CNM/CUT

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