Trabalhadores E Direção Da Agco Canoas Negociam No Trt
O futuro de 340 dos 1800 funcionários da AGCO de Canoas pode ser decidido nesta tarde, após a reunião de conciliação que está ocorrendo no Tribunal Regional do Trabalho – TRT. A empresa anunciou na quinta-feira passada, dia 16, ao Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas que estaria demitindo 340 funcionários nos próximos dias, sob alegação de necessidades de adequação para o enfrentamento da crise mundial. Inconformado com a situação, o sindicato de Canoas decidiu buscar uma mediação no TRT, a qual foi agendada para esta tarde. Participam como mediadores o presidente do sindicato Nelson Luiz da Silva e pela AGCO Wellinton San Juan.A AGCO é dona das marcas Massey Fergunson e Valtra, produtoras de tratores, colheitadeiras e retro-escavadeiras para empresas de médio e grande porte, com uma produção de 119 máquinas por dia. Produção diária que teria caído para 100, de acordo com San Juan.
No entanto, lembrou o presidente do sindicato, Nelson Silva, que o governo federal anunciou a liberação de novas linhas de crédito de mais de R$ 12 bilhões para socorrer a agroindústria, o que vai fazer com que o mercado reaja nos próximos meses. “Neste caso, as demissões são precipitadas. Além disso, a empresa é uma das grandes fornecedoras para o Programa Mais Alimentos e, portanto, deveria adotar contrapartidas sociais, pois o Governo Lula está colocando muito dinheiro na mão dessas empresas do setor e elas devem ser um pouco mais tolerantes", disse. "Se as demissões se concretizarem, não acreditamos em recontratação dos demitidos diante do reaquecimento do mercado. Em 2005 houve situação semelhante e, após a retomada das vendas, não houve revisão das demissões dos trabalhadores. Por isso, temos que lutar para que as demissões não aconteçam", justifica.
NEGOCIAÇÕES
Ainda não há previsão de término da reunião, mas os trabalhadores continuam parados na fábrica, no aguardo de uma solução viável para todos. De dezembro de 2008 até março deste ano, a empresa já havia recorrido ao subterfúgio das férias coletivas e individuais, como forma de adiamento das demissões.
Fonte: Inara Claro - FTMRS