Testagem só atinge 6% da população. E 44% dos domicílios receberam auxílio emergencial
Além disso, a maior parte continua fora da força de trabalho, segundo o IBGE
Do início da pandemia do novo coronavírus até o mês passado, aproximadamente 13,3 milhões de pessoas fizeram algum teste para diagnosticar a covid-19. Isso representa 6,3% da população brasileira. Os dados são de pesquisa divulgada nesta quinta-feira (20) pelo IBGE. Desse universo, 20,4%, ou 2,7 milhões de pessoas, tiveram resultado positivo para a doença.
Outro tópico da pesquisa refere-se a comorbidades, doenças relacionadas. No mês passado, havia 47,2 milhões de pessoas (22,4% da população) com alguma comorbidade. A mais frequente era a hipertensão, 12,8%. O instituto registrou ainda prevalências de asma, bronquite ou enfisema (5,7%), diabetes (5,3%), depressão (3%), doenças do coração (2,7%) e câncer (1,1%).
Ainda de acordo com o IBGE, 43,6% da população (92 milhões) só saiu de casa devido a necessidades básicas e 23,3% (49,2 milhões) ficaram “rigorosamente isolados”. Já 64,4 milhões (30,5%) reduziram o contato social, mas continuaram saindo, enquanto 4,1 milhões (2%) não adotaram qualquer medida de restrição no mês passado.
Utensílios de higiene
De 45,3 milhões de pessoas de 6 a 29 anos que frequentavam escola ou universidade, 72% tiveram atividades em julho e 19,1% não tiveram. Havia ainda 8,9% em férias.
De um total de 68,5 milhões de domicílios pesquisados, em quase todos havia sabão ou detergente (99,6%), máscara (99,3%) e água sanitária ou desinfetante (98,1%). O álcool 70% estava também na maioria (95,8%), mas só 43,2% tinham luvas descartáveis.
A pesquisa mostra também que a proporção de domicílios que receberam algum auxílio emergencial relacionado à pandemia subiu de 43%, em junho, para 44,1%. O percentual sobe para 59,6% no Nordeste e 60,6% na região Norte. Segundo o IBGE, o valor médio foi de R$ 896 por domicílio.
Trabalho e renda
O rendimento médio real domiciliar per capita foi de R$ 1.271, 2,9% acima de junho. Esse rendimento era, em média, mais de duas vezes maior onde nenhum dos moradores recebia algum auxílio oficial em relação àqueles domicílios onde algum morador recebia: R$ 1.760 e R$ 797, respectivamente.
O nível de ocupação (percentual de pessoas ocupadas em relação àquelas em idade de trabalhar) segue abaixo de 50%. Passou para 47,9%, ante 49% no mês anterior. “Dos 81,5 milhões de ocupados em julho, 9,7 milhões estavam afastados do trabalho na semana de referência, dos quais 6,8 milhões estavam afastados devido ao distanciamento social”, aponta o IBGE. A proporção de pessoas afastadas devido à pandemia caiu de 14,2% para 8,3%. Em todas as regiões o número de horas trabalhadas entre os ocupados aumentou, “refletindo a retomada gradual das atividades”.
O total de desempregados foi estimado em 12,3 milhões, crescimento de 3,7% sobre junho. Em números absolutos, mais 438 mil pessoas. Só o Centro-Oeste registrou queda (-3,8%), enquanto no Sudeste o aumento foi de 5,3%. A taxa média de desemprego subiu 0,7 ponto, para 13,1%, chegando a 13,7% no Sudeste e a 14% no Nordeste.
A população fora da força de trabalho foi estimada em 76,5 milhões de pessoas, crescimento de 2,1%. “Deste total, 36,9% (28,2 milhões) gostariam de trabalhar, mas não buscaram trabalho, e 24,8% (19,0 milhões) não buscaram trabalho devido à pandemia ou à falta de trabalho na localidade, mas gostariam de trabalhar.” Para 67%, o principal motivo foi a pandemia ou a falta de trabalho na localidade.
Fonte: Rede Brasil Atual