Sindicato dos Metalúrgicos de Passo Fundo divulga nota de protesto

O Sindicato dos Metalúrgicos faz o ALERTA e PROTESTO  a seguir: a falta de compromisso da empresa Bertol é assustadora e vem surpreendendo a cada dia. Em 2009 a empresa recebeu autorização do judiciário (processo 021/1.05.0190206-0) para liberação de valores que giram em torno de vinte milhões de reais. Tal importância deveria ter o destino único de ser usado para reativar a indústria e manter as obrigações trabalhistas em dia. O mesmo compromisso foi reiterado em 2010 no processo da recuperação judicial (021/11000173935), onde já foram vendidos ativos superiores a 3 milhões de reais e liberados outros 2,4 milhões de créditos em ações que tramitam na Justiça Federal(nº2000.71.04.002710-0 (RS) / 0002710-72.2000.404.7104). Contudo, até o presente momento, não se verifica qualquer empenho ou movimento na busca de saldar compromissos e manter produtividade.
            Com isso, observa-se que a empresa Bertol já levantou cerca de 30 milhões de reais, valores que estão a seu dispor e gerência, entretanto, na contramão desta riqueza, tem-se que, exatamente nesse mesmo período, os funcionários suportam os piores constrangimentos e humilhações. Ao não receberem seus salários, férias, verbas rescisórias nos prazos estabelecidos pela legislação atravessam crise financeira pessoal das mais dramáticas.
            Diante disso, o Sindicato dos Metalúrgicos protesta, reiterando a necessidade da urgente intervenção judicial em todos os níveis para que os trabalhadores recebam seus créditos, sejam indenizados inclusive pelo sofrimento que vem passando e que a industria seja reativada para que o empreendimento cumpra sua função social inclusive ressarcindo os entes públicos dos tributos não recolhidos. O grupo Bertol já teve em seu quadro em torno de 600 funcionários e hoje são menos de 50 trabalhadores, a fabrica de embalagens metálicas que já produziu mais de 20 milhões de unidades mensal encontra praticamente desativada.
            Neste dia 23 de setembro de 2011 o sindicato foi surpreendido com a notícia de cerca de DEZ novas demissões. Com isso o quadro de funcionários que já chegou a 600 pessoas passa a ser em torno de 40. O sindicato vai auxiliar os trabalhadores durante o ato da rescisão contratual e,
            - considerando que o trabalhador está passando por séria dificuldade financeira tendo em vista os recorrentes meses de atraso no pagamento de salários;
            - considerando que é fato público que o salário do mês de setembro de 2010 não foi pago até esta data (12 meses de atraso);
            - considerando que a empresa empregadora está em Recuperação Judicial;
            - considerando que o PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL apresentado no processo que decretou tal situação não aparenta estar sendo cumprido na íntegra;
            - considerando que a empresa está com sua produção praticamente parada durante todo este ano de 2011;
            - considerando que é notável a redução do numero de trabalhadores, seja por pedido de demissão ou ações de rescisões indiretas;
            O sindicato RESOLVEU proceder na homologação das  rescisões. O procedimento tem a finalidade de antecipar o recebimento de eventuais valores neste ato pagos, bem como, viabilizar o saque do FGTS e encaminhamento do seguro desemprego, de modo que este trabalhador possa buscar, minimamente, saldar dívidas já contraídas durante todo o período de atrasos e não pagamentos de salários.
            A medida também é feita considerando que as ações com pedido  de rescisão indireta, junto ao Judiciário Trabalhista, tem demorado cerca de 30 (trinta) dias, ou mais, para audiência inicial. A espera por esta data trará mais prejuízos ao trabalhador, de modo que, visa o SINDICATO, minimizar tais fatos.
            Ressalva-se, por fim, que não está sendo dada quitação de qualquer verba de natureza cível ou trabalhista, podendo o trabalhador recorrê-las na Justiça, se assim entender necessário.
            É necessário que a sociedade saiba da situação hoje vivida por trabalhadores que dedicaram sua força de trabalho para uma empresa que hoje vira as costas para suas necessidades e lhes expõe ao mais trágico abandono.
 
                                                   
                                                    Passo Fundo, 23/09/2011

Fonte: Sind. Passo FUndo