Sergio Nobre defende na Câmara Federal reforma tributária solidária que taxe mais os ricos

ROBERTO PARIZOTTI (SAPÃO)
Sergio Nobre defende na Câmara Federal reforma tributária solidária que taxe mais os ricos

A CUT, representada pelo seu presidente Sérgio Nobre, defendeu em audiência na Câmara Federal, nesta quarta-feira (19), uma reforma tributária mais justa, que taxe os mais ricos, os lucros e dividendos de pessoas jurídicas e que os trabalhadores e trabalhadoras com renda mais baixas tenham maior isenção nas alíquotas do imposto de renda, entre outras medidas.

Sérgio Nobre reforçou que quanto mais o sistema tributário de um país tem a carga tributária focada no consumo e na produção, mais injusto é o sistema.

"Um trabalhador que ganha um salário mínimo quando compra um quilo de café, de arroz, ele paga ali um imposto indireto embutido, que é o mesmo imposto de quem ganha R$ 1 milhão por mês. Quando o sistema tributário de um país tem a carga tributária focada no consumo e na produção, mais injusto é o sistema, e quanto mais focado na renda e no patrimônio, mais justo é o sistema tributário", pontuou.

De acordo com Sérgio Nobre, " esse debate é muito importante de ser feito. Focar na renda e no patrimônio é necessário", declarou o presidente da CUT

Taxação dos super ricos

Nobre lembrou que o Brasil é o sétimo país no mundo com maior número de bilionários. São 42 com fortunas superiores a 1 bilhão de dólares, que durante a pandemia da covid-19, aumentaram ainda mais suas riquezas, em mais de R$ 170 bilhões, valor maior do que todo o orçamento da saúde pública previsto para 2020. Já o desemprego e a quebra dos pequenos negócios, só aumentaram.

"O movimento sindical tem uma campanha de taxação dos super ricos, não queremos que a classe média seja taxada, mas sim, gente rica além da conta, enquanto que quase 70% da classe trabalhadora ganha um salário mínimo", declarou.

Para a Central, a realização de uma reforma tributária progressiva, que contribua de fato para redistribuir rendas e para conduzir os investimentos para o setor produtivo é prioridade absoluta.

"Essa concentração de riqueza vem da não taxação dos lucros e dividendos. E é importante que seja feita. Falamos para o Haddad [ministro da Fazenda] que o trabalhador, quando é feita a negociação de PLR [Participação de Lucros e Resultados], paga imposto de renda e o acionista não paga", ressaltou.

Os principais pontos que a CUT defende são:

- Política de correção da tabela do IR e aumento das faixas acima;

- Tributação dos lucros e dividendos;

- Taxação das grandes fortunas;

- Taxação de iates, lanchas; hoje isentas de IPVA;

- Ampliar o imposto sobre herança dos atuais 8%, escalonando;

- Paridade no CARF, nos nomes dos contribuintes.

Uma reforma tributária progressiva, justa e solidária precisa pelo menos:

- tratar de forma séria a progressividade dos impostos sobre patrimônio e renda;

- instituir um imposto sobre grandes fortunas como está previsto na CF88, artigo 153, inciso VII ;

- tributar lucros e dividendos;

- acabar com a “redistribuição para cima”, que ocorre quando é dado subsídios a grandes corporações e quando é permitida deduções estratosféricas no imposto de renda dos mais abastados;

- quando isenções fiscais são adotadas sem qualquer contrapartida de investimentos na geração de emprego e oportunidades de trabalho e renda;

- acabar com a “redistribuição para cima”, que ocorre quando é dado subsídios a grandes corporações e quando é permitida deduções estratosféricas no imposto de renda dos mais abastados; e as isenções fiscais são adotadas sem qualquer contrapartida de investimentos na geração de emprego e oportunidades de trabalho e renda.

O debate foi proposto pelo coordenador do grupo de trabalho (GT), da reforma, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), e pelos deputados Fernando Mineiro (PT-RN) e Newton Cardoso Jr (MDB-MG).

Fonte: CUT Nacional

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