Região Sul Registra Maior Redução Da Jornada De Trabalho No País

A região Sul teve a maior redução da jornada de trabalho no país desde 1988, quando foi determinada a carga horária de 44h semanais. De acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a jornada de trabalho média na região baixou 13,2%. No Rio Grande do Sul, a queda foi de 8,5%. Em 2007, o gaúcho trabalhou em média 39,7h por semana. Já em 1988, a carga horária era de 46,2h, a quinta maior do país na época. Atualmente, o posto de maior carga horária é ocupado por São Paulo, que tem uma jornada semanal de 41,9h.

Para o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, a pesquisa mostra que apenas reduzir a jornada de trabalho não basta para gerar empregos. No período pesquisado, o número de desempregados aumentou 331,6% porque a economia brasileira não cresceu tanto. Pochmann defende que a jornada seja alterada a fim de ampliar os postos de trabalho.

"Temos uma parcela grande dos trabalhadores com uma jornada muito pequena, com menos de 19h por semana por exemplo. E de outro lado temos quase a metade dos trabalhadores com jornada acima de 44h semanais. Uma melhor redistribuição dessa jornada permitiria mais pessoas ocupadas do que a simples redução da jornada oficial", argumenta.

O Ipea também alerta para algumas conclusões do estudo, que trata dos trabalhadores formalmente contratados. Em 2007, eles representavam menos da metade dos trabalhadores em geral. Na pesquisa, os trabalhadores com menor escolaridade tiveram redução de 18,1% na jornada média semanal. No entanto, não mostra que boa parte dessa população trabalha no mercado informal para aumentar a renda da família.

"A menor escolaridade terminou fazendo com que os trabalhadores ficassem com ocupações informais, jornadas muito reduzidas, de menor remuneração. Já os trabalhadores com mais escolaridade puderam garantir sua ocupação nos postos com melhor qualidade e geralmente com jornada próxima à oficial", diz.

O levantamento do Ipea foi feito a partir da Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Fonte: Agência Chasque

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