Os desafios da mulher trabalhadora

Ao longo dos últimos anos estamos acompanhando alguns avanços no que se refere à autonomia política, social e econômica das mulheres no Brasil.

Muitas lutas estão sendo travadas, mas sabemos que as mudanças ainda são poucas e em ritmo lento. Pesquisas mostram que as mulheres continuam recebendo menos do que os homens e que ainda por cima trabalham mais. Sem citar os vários casos de assédio moral e sexual que são relatados às entidades sindicais.

A igualdade de gênero é um tema de direitos humanos e parte essencial para atingir uma democracia plena. É um ponto crucial, na medida em que promove a justiça social e contribui para a diminuição da pobreza. Em outras palavras, é o meio para o desenvolvimento das famílias brasileiras.

A Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do Rio Grande do Sul, através de seu Coletivo de Mulheres Metalúrgicas, parabeniza todas as mulheres pelo seu Dia e reafirma o compromisso de combate a todas as formas de discriminação, violência e injustiça.

Divulgamos aqui a pauta de luta das mulheres da CUT, nossa central. Os pontos que seguem abaixo são as bandeiras que guiam o trabalho de cada companheira dentro e fora do chão de fábrica!

IGUALDADE
Queremos igualdade de acesso e permanência no mercado formal de trabalho.

Igualdade em relação à justiça, ao acesso à terra, aos serviços públicos. E, para isso, demandamos políticas públicas que garantam direitos e deveres iguais, compartilhados entre homens, mulheres e Estado.

Creche: um direito da criança e da família e dever do Estado
O cuidado com as crianças não é responsabilidade exclusiva das mulheres e deve ser partilhado com toda a sociedade. Cobramos dos governos estaduais e municipais creches públicas e de qualidade, que atendam às reais necessidades das crianças e da família.

Paridade
Conquistamos a paridade na composição das direções executivas da CUT. Agora o desa?o é implementá-la no 12º CONCUT, em 2015.
Queremos ainda a real representatividade das mulheres em outros espaços de poder e decisão. As mulheres representam apenas 9% da Câmara Federal e 12% do Senado Federal e nosso chamado é pela ampliação da participação das mulheres na política.

Direitos das Trabalhadoras Domésticas
Conquistamos a regulamentação dos direitos das trabalhadoras domésticas, como a redução da jornada de trabalho, o direito ao FGTS e ao seguro desemprego. Isto para que a categoria tenha os mesmos direitos conquistados pelos demais trabalhadores.

Mudança no sistema político brasileiro
Defendemos o fortalecimento do papel da sociedade civil organizada no controle social do Estado, regras mais democráticas para as eleições - com ?nanciamento público de campanha e igual repartição dos recursos entre homens e mulheres. Por isso, participamos da construção do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana sobre o Sistema Político.

LIBERDADE
A liberdade pressupõe condições sociais, políticas e econômicas para que seja desfrutada como um direito. Cabe ao Estado garantir essas condições. Somente seremos livres quando tivermos uma vida em que não sejamos consideradas propriedades de outra pessoa.

Combate à Violência contra as Mulheres
O Estado deve ter políticas públicas de prevenção e atendimento a toda forma de violência contra as mulheres. Não queremos que a violência se mantenha como parte do nosso cotidiano.

Aborto Legal e Seguro
Descriminalizar o aborto signi?ca permitir que a decisão de levar ou não uma gravidez adiante seja das mulheres e, assim, impedir que milhares de mulheres morram ou sejam presas por terem interrompido uma gravidez não desejada. O Estado tem o dever de garantir o aborto em condições seguras e o atendimento integral à saúde das mulheres.

Democratização da Comunicação
Para rompermos estereótipos e padrões que mercantilizam e exploram nossos corpos, é necessária também uma profunda democratização dos meios de comunicação, com liberdade de expressão e de informação.

AUTONOMIA
Devido à necessidade de aliar o trabalho pro?ssional e o doméstico, as mulheres costumam se inserir em empregos precários, com jornadas parciais ou contratos temporários, muitas vezes expostas a agressões e assédios sexuais e morais.

Nós questionamos o modelo de sociedade que valoriza somente o trabalho realizado na esfera do mercado. Nosso trabalho não remunerado deve ser valorizado e compartilhado com os homens e reconhecido pelo Estado.

Fim das Terceirizações e Precarizações
Criação de empregos formais e de qualidade. Grande número de mulheres trabalha em segmentos com baixos salários, sem os direitos formais garantidos em lei e em setores pouco valorizados.

Seguridade Social Universal
Independentemente de ter vínculo empregatício ou ter contribuído para a previdência social, as pessoas tem direito a um sistema de proteção social que ofereça saúde e renda e garanta condições dignas de vida e envelhecimento.

Soberania Alimentar e Energética
Nossa luta é pelos bens comuns: ?oresta, água, sementes, saúde e educação, e para que os recursos naturais sejam administrados pelos povos dos territórios aonde se encontram, levando em contra a preservação e sustentabilidade. A expansão das relações de mercado atingiu o campo, áreas indígenas e quilombolas, contaminando as águas, impondo a utilização de sementes transgênicas, da monocultura e do agronegócio. Natureza não é mercadoria. Exigimos alternativas de preservação da soberania alimentar e energética.

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