Novo modelo organizativo do movimento sindical é tema central da Plenária da CUT

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Novo modelo organizativo do movimento sindical é tema central da Plenária da CUT

A nova realidade das relações trabalho foi destaque nesta quinta-feira (21) durante os primeiros debates da 16ª Plenária Nacional da CUT, evento que tem por objetivo reorganizar a atuação da central no próximo período e reúne mais de 950 delegados e delegadas sindicais de todo o país.

“Há um novo cenário no mundo do trabalho no pós-pandemia e com o avanço das tecnologias. O trabalho home office, a precarização do trabalho, o ataque aos serviços e servidores públicos e o avanço de um governo de morte e mentiroso só prova o quanto os sindicatos são importantes neste momento”. A afirmação foi feita pelo secretário de Administração e Finanças, Ariovaldo de Camargo, em nome de toda direção da CUT, na apresentação do Texto Base da Conjuntura.

De acordo com o dirigente, para enfrentar os ataques e garantir os direitos da classe trabalhadora e o bem-estar social, é necessário construir um novo modelo organizativo sindical que fortaleça as entidades que representam os trabalhadores.

Para isso, ele destaca a parceria e unidade com movimentos sociais, representados pelas frentes Brasil Popular, Povo Sem Medo e com a Campanha Fora Bolsonaro.

Ariovaldo ainda apontou para a necessidade de construir uma nova relação com as bases, trazendo os trabalhadores para os sindicatos, garantindo sua adesão já nos acordos coletivos. “Nossa tarefa neste encontro é pensar este novo modelo organizativo, mas não dá para usar os mesmos métodos do século passado”, disse Ari.

Abertura dos trabalhos

A abertura desta primeira etapa da plenária, intitulada “Organização e Unidade para Lutar: João Felício e Kjeld Jakobsen” contou com a participação de duas importantes lideranças na conferência “Os desafios da classe trabalhadora na atual conjuntura e perspectivas futuras”. A ex-presidente Dilma Rousseff falou sobre os efeitos do golpe contra seu governo e como isso se refletiu em ataques aos trabalhadores e o ex-ministro de Relações Exteriores e da Defesa do governo Lula, Celso Amorim falou o principal desafio da classe trabalhadora – vencer a precarização.

A plenária homenageia dois dirigentes históricos da entidade. João Felício e Kjeld Jakobsen, são dois companheiros que presidiram a Central e nos deixaram no ano passado. A trajetória de ambos foi mostrada na abertura do evento, na noite da quarta-feira e, nesta quinta, nas vozes de Vagner Freitas, vice-presidente da CUT e Carmen Foro, Secretária-Geral da Central, foram lidas duas cartas emocionadas das ex-companheiras de Felício e Kjeld em homenagem a eles e em agradecimento à CUT

Kjeld Jakobsen morreu em dezembro de 2020, aos 65 anos, depois de longa batalha contra um câncer no pâncreas. Kjeld era especialista em relações internacionais, doutor na área pela Universidade de São Paulo e atuava como consultor. Dinamarquês radicado no Brasil desde os 9 anos, ele cresceu em Holambra, interior de São Paulo, e tornou-se um dos mais respeitados dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que ajudou a organizar e a construir nacionalmente. Presidiu a central entre maio e agosto de 2000.

João Antônio Felício, que faleceu vítima de um câncer, foi presidente da CUT por duas vezes, entre os anos de 2000 e 2003, professor de Educação Artística e História da Arte na rede oficial de ensino do Estado de São Paulo, desde 1973 até se aposentar. Em 1980, foi eleito para o Conselho de Representantes da APEOESP, pela Região Norte da cidade de São Paulo e foi presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI).

Nesta sexta-feira, a CUT debaterá a estratégia sindical com a participação de Rafael Freire, Presidente da Confederação dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA), Rafael Freire.

Fonte: CUT Nacional

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