“Nossa luta é pela revogação do entulho golpista”, defende presidente da CUT-RS
“Temos um objetivo comum, decidido há dois anos no nosso Congresso: derrotar o governo Bolsonaro e seus aliados; retomar o Brasil para os brasileiros, trazendo para o país um projeto democrático que inclua a classe trabalhadora”, defendeu o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci. “Nossa luta é pela revogação do entulho golpista”, destacou.
Essas afirmações foram feitas pelo dirigente sindical, durante a avaliação da conjuntura após a abertura da 16ª Plenária Estadual da CUT-RS, realizada no início da noite desta sexta-feira (4), através da plataforma Zoom, com quase 300 participantes, e transmissão ao vivo pelo Facebook. O encontro teve como slogan “Unidos, organizados e mobilizados somos mais fortes” e com temas “Trabalho, Direitos e Democracia”.
Amarildo frisou o papel que o empresariado teve no golpe de 2016 que derrubou a presidenta Dilma Rousseff. “Não podemos perder de vista, que assim como em 1964, boa parte dos empresários, parcelas do Judiciário, banqueiros e setores do agronegócio patrocinaram juntos, com os grandes meios de comunicação e a supervisão do império americano, o golpe que resultou na eleição do Bolsonaro. A estratégia se soma a toda a perseguição que fizeram com o Lula para retirá-lo das eleições de 2018”, salientou.
Ele enumerou uma série de motivos para afastar o ocupante do Palácio Planalto, como "negocionista, genocida, desemprego, custo de vida, racista, misógino e ataca a Constituição e as instituições", disse. “Nós temos todas as razões para derrubar Bolsonaro nas ruas, nas redes, com muita organização nos locais de trabalho e unificados”, ressaltou. "O Brasil precisa de nós".
Fora Bolsonaro
O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, enviou um vídeo, dizendo que “a conjuntura é muito difícil e desafiadora. Não podemos deixar de debater sobre as mudanças que o mundo do trabalho está sofrendo”.
“Temos a obrigação de jogar peso e centralidade na luta pelo ‘Fora Bolsonaro’ e, por isso, temos que mobilizar para o 7 de setembro”, apontou.
Sergio Nobre defendeu que é preciso continuar lutando contra os projetos de retirada de direitos e de precarização. “A carteira verde amarela é o trabalho sem direito nenhum. E trabalho sem direito nenhum se chama escravidão. É isso que eles querem implementar. Bolsonaro quer desmontar o Estado brasileiro”, alertou.
O deputado federal e presidente do PT-RS, Paulo Pimenta, saudou os 38 anos da CUT, completados no dia 28 de agosto, observando que “não teve uma conquista dos trabalhadores, onde a CUT não estivesse presente”. Para ele, “nesse momento histórico, mais do que nunca, a presença da CUT é fundamental, construindo a resistência nas ruas, nas fábricas, nas escolas, em todos os espaços”.
“Nós que teimamos ousar e lutar todos os dias para tornar nossos sonhos em realidade, estamos na linha de frente para enfrentar a extrema-direita”, disse o parlamentar, que tem defendido as pautas dos trabalhadores no Câmara e votado contra a destruição do Brasil.
A representante da direção estadual do MST, Daniele Cazarotto, destacou a importância da organização popular. “Construímos lado a lado a luta e a resistência dos trabalhadores do campo e da cidade”, resgatou
“Para revertemos esse quadro, precisamos pensar e construir cotidianamente o trabalho de base em todos os espaços em que estamos inseridos. Construir um processo permanente, dialético, contínuo, buscando alternativas de organização e de luta”, enfatizou Daniele.
A doutora em Desenvolvimento Econômico pela Unicamp, Juliane Furno, fez uma exposição, onde chamou a atenção para o papel da crise de 2008 como um marco do aprofundamento do neoliberalismo e destacou o fenômeno mundial do surgimento de figuras da extrema-direita, como Bolsonaro.
"Surgem esses outsiders, gente de fora da política institucional, que tem essa particularidade de articular um extremo neoliberalismo na economia, mas sem liberalismo na política, sendo extremamente autoritários no que tange aos valores", sublinhou.
Ao final, foi exibido o vídeo enviado especialmente pelo ex-presidente Lula para as plenárias estaduais da CUT, destacando a política nefasta de Bolsonaro. “Ele não acreditou no coronavírus, ele não acreditou na vacina, não acreditou na máscara, não acreditou no isolamento, e ainda receitou remédio e montou uma fábrica de corrupção que a gente está vendo na CPI de pessoas ligadas a ele e a ministros militares”, criticou.
“Nós temos um presidente que nunca discutiu desenvolvimento, nunca discutiu investimento na saúde, na educação, na ciência e na tecnologia. E ainda tem um ministro que universidade tem que ser para poucas pessoas”, analisou. “É esse país que vocês têm que ajudar a mudar”, convocou.
A plenária teve continuidade neste sábado (4) com o balanço de atuação da CUT-RS, o debate pelo “Fora Bolsonaro” e suas políticas, a discussão das estratégias organizativas, a aprovação do plano de lutas e a eleição de delegados e delegadas à 16ª Plenária Nacional da CUT, que será realizada de 21 a 24 de outubro.
Fonte: CUT-RS