Mulheres têm de ampliar presença no mercado de trabalho e na vida do país

 

Garantir a continuidade do projeto de desenvolvimento com inclusão social no país, ampliar a presença da mulher no mercado de trabalho do ramo metalúrgico – com empregos de qualidade e salários iguais aos dos homens – e ampliar direitos das trabalhadoras nas convenções coletivas de trabalho.

Estes são os principais desafios para o próximo período, apontados por mulheres que estão na direção da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), no marco das comemorações do Dia Internacional da Mulher (8 de Março).

Marli Melo, secretária da Mulher, Michele Ciciliato, secretária de Formação, Christiane dos Santos, secretária de Igualdade Racial, e as diretoras Catia Cheve e Cícera Michele Marques avaliam que 2014 é um ano decisivo não apenas para as trabalhadoras metalúrgicas, mas para toda a sociedade brasileira.

Para as sindicalistas, a reeleição da presidenta Dilma Rousseff é uma das maneiras de garantir o crescimento das políticas públicas inclusivas, iniciada há 11 anos, que têm garantido o desenvolvimento social e a ampliação de espaços de participação das mulheres tanto no mercado de trabalho quanto na vida pública do país.

“Na nossa categoria, que é predominantemente masculina, está havendo crescimento anual dos postos de trabalho para mulheres. Em 2003, representávamos 14,9%. Hoje, somos 19,03%. Para muitos, pode parecer uma variação pequena, mas considero que isso representa um passo importante para romper com a discriminação contra as mulheres no mercado de trabalho”, diz a secretária da Mulher da Confederação.

Os percentuais citados por ela fazem parte de estudo sobre o perfil da mulher metalúrgica feito pela Subseção do Dieese da CNM/CUT e FEM-CUT/SP, divulgado nesta sexta-feira (7).

Marli Melo reforça ainda que um dos caminhos para acabar com as desigualdades que ainda existem entre mulheres e homens no ramo metalúrgico – como salários e oportunidades, por exemplo – uma das principais lutas da categoria é pelo Contrato Coletivo Nacional de Trabalho, para estabelecer parâmetros a serem respeitados por todas as empresas do ramo no país. “Uma das cláusulas que queremos garantir, por exemplo, é a da creche, que é um dos grandes desafios para a mulher trabalhadora”, destaca.

Catia Cheve também ressalta a importância do direito à creche para os filhos dos trabalhadores e afirma que no Amazonas, ela e os demais dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos desencadearam uma grande campanha junto às empresas sobre o tema. “Mais do que garantir o auxílio creche, queremos garantir vagas para as crianças. Por isso, estamos fazendo um grande levantamento na base sobre a necessidade de creches e também sobre o número de vagas existentes, para que as empresas possam firmar convênios e assegurar esse direito”, informa Cátia.

Igualdade salarial
A secretária de Igualdade Racial da CNM/CUT assinala que o desafio de romper a barreira do preconceito racial e de gênero continua presente no cotidiano das trabalhadoras brasileiras. “Avançamos muito em políticas afirmativas nos últimos anos. No entanto, na iniciativa privada as diferenças continuam acentuadas e as mulheres negras são as que mais sentem o peso da discriminação. Na nossa categoria, elas ganham cerca de 30% menos que as mulheres não negras. É bom frisar que as mulheres não negras também recebem menos que os homens”, ressalta Christiane.

Por isso, ela também considera fundamental a luta pelo Contrato Coletivo Nacional de Trabalho, como mecanismo de “reduzir diferenças, preconceito e discriminação”.

Formação profissional e emprego
A secretária de Formação da CNM/CUT também destaca que é preciso continuar avançando para derrubar barreiras que impedem as mesmas oportunidades às mulheres. “Na nossa categoria, as mulheres têm escolaridade maior que a dos homens, mas não têm as mesmas oportunidades nem os mesmos salários. Só para citar um exemplo, do total de trabalhadoras da nossa base, quase 16% têm ensino superior. Entre os homens, esse percentual é de 10%”, comenta Michele Ciciliato.

Ela lembra que as mulheres brasileiras têm sido maioria também na ocupação de vagas ofertadas pelo Programa ProUni e que seis em cada 10 matrículas do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego) são de mulheres. “O mercado de trabalho se mostra cada vez mais exigente e as trabalhadoras estão fazendo a parte delas no que se refere à formação profissional. Cabe às empresas reconhecerem que as mulheres têm a mesma capacidade que os homens”, diz a secretária de Formação.

Cícera Michele, por sua vez, lembra que um dos desafios para o próximo período é justamente lutar pelos empregos no ramo industrial como um todo. “Precisamos garantir uma indústria forte no Brasil, que gere empregos de qualidade e dê as mesmas oportunidades a mulheres e homens. E, por experiências passadas já vividas pelo movimento sindical, somente com a continuidade do atual projeto de governo é que poderemos garantir a participação das entidades dos trabalhadores nos fóruns de debate e deliberação da política industrial”, avalia a sindicalista.

Fonte: Solange do Espírito Santo – assessoria de imprensa da CNM/CUT

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