Metalúrgicos debatem com setor do aço agenda conjunta para a reindustrialização
Dirigentes da CNM/CUT, da IndustriALL Brasil, e do Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo (Sindimetal-ES) foram ao Rio de Janeiro para encontro com dirigentes do Instituto Aço Brasil, entidade que representa as empresas brasileiras produtoras de aço. O encontro, que aconteceu na semana passada, serviu para estreitar laços entre os trabalhadores e a indústria de base siderúrgica, uma das mais importantes na cadeia produtiva metalúrgica.
Segundo o secretário-geral da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, a entidade propôs ao Instituto do Aço uma pauta conjunta de desenvolvimento da indústria brasileira, priorizando o conteúdo local.
“Entendemos a importância do aço como base na construção da infraestrutura de toda a indústria, como no uso nas habitações, construção civil, no setor automotivo, bens de capital, naval, mobilidade, enfim, o aço é uma indústria que precisa estar interligada num projeto nacional que vise melhorar a vida das pessoas, trazendo mais emprego, renda e trabalho decente”, afirma Loricardo.
O presidente da IndustriALL Brasil, Aroaldo de Oliveira, que também esteve na reunião, destaca a ideia da formação de um grupo de trabalho para organizar o debate entre trabalhadores e empresários visando o reaquecimento da indústria nacional.
“Debatemos vários pontos importantes, como o preço do aço e sua influência em toda a cadeia produtiva da indústria, a reforma tributária e a questão do gás, que é uma alternativa energética usada na produção de aço, e investimentos em infraestrutura”, enumera o dirigente.
Mão de obra qualificada
Também presente ao encontro, o membro da executiva do Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo, Fábio Piontkwski, lembrou da importância de voltar a investir na expansão do transporte ferroviário no Brasil, pauta que faz parte dos interesses da indústria do aço e da metalurgia.
“Todos concordam que é preciso recuperar e expandir nossa malha ferroviária. O que poucos sabem é que, atualmente, nossa capacidade de produção de trilhos, essencial para a implantação, é zero. Hoje, a construção de ferrovias é exportação de empregos. Precisamos reverter isso, melhorar as condições nacionais de competição e formar mão de obra qualificada”, destaca o sindicalista.
Indústria 10+
Para o assessor sindical e ex-dirigente da IndustriALL Global, Fernando Lopes, é necessário ter um projeto de infraestrutura pensado a longo prazo e sustentável para que a indústria do aço se envolva de forma ativa na reindustrialização do país e produza itens que o Brasil necessita.
“Apresentamos aos empresários o plano Indústria 10+, que desenha a indústria brasileira para o futuro, o que despertou o interesse deles e abriu as portas para mais conversas. Foi um encontro muito positivo”, finaliza o assessor.
Fonte: CNM/CUT