Metalúrgicos de São Leopoldo e Região conquistam reajuste de 12%
Na noite de quinta-feira (4), os trabalhadores e trabalhadoras representados pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL) aprovaram por unanimidade o reajuste de 12%. A atividade foi realizada no auditório sede da entidade, que ficou lotada. A reivindicação era o percentual do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do período, 11,92%, mais aumento real. O reajuste deverá ser pago retroativo à data-base, 1o de julho, na folha de agosto.
Com isso, o piso dos metalúrgicos passa para R$ 1.742,40 e o limitador que define o teto da categoria foi para R$ 7.088,42. Os menores-aprendizes também foram beneficiados na negociação, com o valor da hora de R$ 5,67 a partir de 1o de julho e R$ 6,05 depois de 1o de janeiro de 2023. O auxílio estudante passa a ser R$ 1.757,00 (pagos em duas parcelas – dezembro e março) e o auxílio creche, para R$ 332,95.
O presidente do STIMMMESL, Valmir Lodi lembrou como foi o processo de negociação com a patronal, com três reuniões sem que um acordo fosse possível. “Foi devido a luta do Sindicato e mobilização dos trabalhadores que a patronal desistiu de alterar direitos como o quinquênio, de parcelar o reajuste e de pagar em forma de abono”, contou.
O secretário geral do Sindicato, Valdemir Pereira ressaltou que há anos participa das negociações e nunca viu uma campanha tão difícil como a deste ano. “Eles vieram para retirar direitos, as coisas só andaram quando decidimos parar tudo.”
O tesoureiro do STIMMMESL, Genilso Vargas da Rosa, também salientou as dificuldades e questionou qual o respeito das empresas com os trabalhadores. “Há empresas que estão ganhando muito dinheiro e a maioria dos trabalhadores só tem esse reajuste durante todo ano”, afirmou.
O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), Loricardo Oliveira destacou o avanço conquistado pelo STIMMMESL. “Isso não é mérito da direção, mas de todos os trabalhadores da base. Muitos sindicatos fecharam a reposição da inflação com parcelamento, o que é péssimo. Talvez não conquistamos tudo o que gostaríamos, mas foi um grande avanço e o Sindicato sai mais forte desta campanha”, acredita.
Além do aumento real, a categoria manteve as cláusulas sociais da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Desconto assistencial – o Sindicato depende da contribuição de seus associados para manter suas atividades e, conforme aprovado em assembleia, os descontos assistenciais também foram reajustados e ficaram em 5 parcelas de R$ 27,00 para os trabalhadores que ganham acima de R$ 2.242,24 e 5 vezes de R$19,00 para quem tem remuneração menor que R$ 2.242,24.
“Precisamos fazer a luta o ano todo, por isso essa contribuição é necessária. Quem mantém a estrutura do sindicato são os trabalhadores que precisam dar respaldo para o Sindicato”, salientou o presidente Valmir.
A assessoria jurídica da entidade acompanhou a assembleia.
Fonte: STIMMMESL