Metalúrgicos de Erechim alertam para problemas que as mulheres enfrentam
Integrantes da direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim receberam os trabalhadores na entrada do refeitório de uma das maiores empresas do Distrito Industrial de Erechim durante a última sexta-feira (7).
Segurando placas alertaram para os principais problemas que as mulheres enfrentam, entre eles o assedio sexual no trabalho, os salários mais baixos que os homens na mesma função, a falta de vagas nas creches e a violência doméstica. O alerta foi para todos os trabalhadores, mas para as metalúrgicas foi entregue a Cartilha da Mulher, que contem informações sobre a situação da mulher no mercado de trabalho, a presença da mulher no ramo metalúrgico, informações sobre seus direitos e subsídios para o enfrentamento dos fatos, práticas e situações que ainda oprimem a mulher.
Parte do conteúdo da cartilha foi incluída numa mensagem que esclareceu sobre a população feminina de Erechim - que totaliza 49.280 pessoas - e as estatísticas sobre os problemas das mulheres. “Se os dados disponíveis forem aplicados ao universo de mulheres de Erechim podemos concluir que 13 são estupradas a cada ano e pelo menos duas foram assassinadas pelos companheiros, sem contar os casos não resgistrados”, alerta a tesoureira do Sindicato, Sandra Weishaupt.
Outros dados mostram que o nível de escolaridade das mulheres metalúrgicas é maior do que o dos homens, mas os salários continuam sendo 30% menores, na mesma função. “Isso mostra que além da violência física e sexual a mulher é atingida ainda com violência psicológica ou moral, violência patrimonial e violência institucional. Os fatores culturais ainda impactam sobre a mulher, o que faz com que ela sofra mais assedio moral e sexual do que os homens nas fábricas”, alertou o presidente do Sindicato, Fabio Adamczuk.
No sábado (8), os dirigentes sindicais se juntaram às integrantes do Coletivo Feminista Marias de Luta para uma caminhada pelo centro da cidade, que percorreu as principais avenidas da cidade, através de faixas, cartazes, cantos e gritos de ordem os participantes alertaram a sociedade sobre os principais problemas enfrentados pelas mulheres.