Metalúrgicos da Volvo têm dia decisivo nesta segunda-feira
Cerca de 2.500 metalúrgicos, do 1º e 2º turnos da Volvo do Brasil, localizada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), estão desde sexta em uma greve contra as ameaças de demissão da empresa. Nova assembleia acontece hoje, às 7h. Aparalisação foi deflagrada um dia após a montadora anunciar que vai encerrar o segundo turno de produção apenas de caminhões a partir de hoje. A decisão da direção da empresa deve provocar um excedente de 600 trabalhadores, segundo o cálculo da própria companhia.
Na tarde de quinta, a empresa divulgou um comunicado interno na fábrica, ameaçando iniciar demissões de trabalhadores hoje. Os trabalhadores exigem que a empresa cumpra o compromisso que assumiu nesta semana, junto ao Ministério Público, de construir junto com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba alternativas para a preservação de empregos. O prazo acordado com o MP para uma proposta conjunta foi de 15 dias, porém, mesmo assim, a Volvo anunciou as demissões, sem ao menos sentar para negociar.
“Estamos abertos a negociação, oferecendo para a empresa diversas alternativas que assegurem a manutenção dos empregos dos trabalhadores. Porém, a empresa tenta, de forma oportunista, atrelar a preservação de emprego a flexibilização de direitos e salários. O que não aceitamos. Garantir emprego com flexibilização é mesmo coisa que obrigar o trabalhador a comprar seu emprego, o que é inaceitável”, diz o presidente do Sindicato, Sérgio Butka.
Além das ameaças de demissão, os trabalhadores também rejeitaram a proposta da empresa para a Participação nos Lucros e Resultados (R$ 15 mil, 50% menos que a PLR 2014) e para a data-base, que é em setembro (reajuste salarial apenas com a reposição da inflação).
Em nota, a Volvo acusou o sindicato de nunca ter colocado a proposta em votação. "A empresa espera que o sindicato dos metalúrgicos apresente a proposta aos funcionários. A entidade conduziu assembleia hoje pela manhã e não colocou a proposta em votação", diz. A montadora ressaltou que mantém o que foi proposto, e que as medidas são uma maneira para evitar demissões na fábrica, em decorrência da acentuada queda nas vendas e da baixa atividade econômica.
No Complexo Industrial em Curitiba, a Volvo possui cinco fábricas, onde produz caminhões, ônibus, motores, cabines de caminhões e caixas de câmbio. Segundo a empresa, a fábrica possui cerca de 4,2 mil funcionários. Desse total, aproximadamente 1,5 mil metalúrgicos foram afastados, por bancos de horas, de 24 de abril a 5 de maio, para adequar produção à baixa demanda do mercado.
Fonte: Jornal do Povo Paraná